Futuros americanos operam em alta no primeiro dia do semestre, ao lado dos mercados já abertos da Europa. Já as bolsas asiáticas fecharam em queda nesta quinta-feira, 1º de julho.
O saldo do semestre para as bolsas americanas ficou em positivo, com dois dígitos cada uma. O Dow Jones subiu 12,7%, enquanto o S&P teve alta de 14,4% e o Nasdaq, + 12,5%. Em junho, o S&P marcou seu quinto mês consecutivo de ganhos, com 2,2%.
Ontem os índices fecharam no positivo, mesmo com o desempenho ruim das bigs techs. Investidores aguardam a divulgação do relatório de folha de pagamento (payroll) do país, marcado para amanhã.
Os dados ajudam a entender como está a recuperação da economia, visto que o pleno emprego é uma das máximas do Federal Reserve. No final das contas, tudo o que o investidor quer saber é quando começará a diminuir os estímulos do banco central.
Ontem houve a divulgação do Relatório Nacional de Emprego da ADP, que indicou que o setor privado dos EUA gerou 692 mil empregos durante o mês de junho. Economistas ouvidos pela Dow Jones estimam a criação de 683 mil empregos para o payroll.
Leia também: Setor privado dos EUA cria 692 mil vagas de emprego em junho
Na Europa, as bolsas reagem positivamente aos indicadores de atividade da Alemanha e da zona do euro, que vieram melhores do que o esperado. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da Alemanha subiu de 64,4 em maio para 65,1 em junho, segundo pesquisa divulgada pela IHS Markit.
O avanço bem acima da marca de 50 pontos mostra que a manufatura alemã continua se expandindo em ritmo forte no último mês.
Na zona do euro, o PMI industrial subiu de 63,1 em maio para 63,4 em junho, atingindo níveis recordes pelo quarto mês consecutivo, de acordo com a pesquisa.
As bolsas asiáticas reagiram mal aos dados fracos da atividade manufatureira chinesa. O PMI industrial chinês apresentou redução, saiu de 52 em maio para 51,3 em junho, atingindo o menor patamar em três meses.
Dados oficiais de um dia antes mostraram a mesma tendência de queda do PMI manufatureiro da China: de 51 para 50,9.
O petróleo opera em alta neste 1º de julho, antes da reunião da OPEP + que irá discutir a política de produção do óleo. Representantes dos países exportadores devem definir um novo caminho para o impasse nas negociações iranianas que se arrasta há algum tempo.
Cenário interno
No Brasil, o aumento do risco político pesa no mercado. Investigações da CPI da Covid no Senado, temores de que a crise hídrica prejudique o crescimento econômico e novas denúncias de corrupção contra o governo federal.
Ainda no campo político, ontem a Câmera dos Deputados recebeu um “superpedido de impeachment” contra o presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Casa, Arthur Lira, afirmou que não pretende analisar o documento neste momento, pelo menos não até que todos os depoimentos da CPI estejam finalizados.
Investidores ainda acompanham o desenrolar da reforma tributária e a agenda econômica.
Nesta quinta, teremos a divulgação do Índice de Confiança Empresarial (ICE) e o PMI Industrial, também a Balança Comercial Mensal e o Caged, adiado de segunda para hoje.