Base de assinantes da Netflix (NFLX34) cai pela primeira vez em 10 anos e ação despenca 26%

A empresa espera uma perda ainda maior no segundo trimestre de 2022

Foto: Divulgação

Depois de a Netflix reportar a perda de 200 mil usuários ao longo do primeiro trimestre de 2022 e afirmar que espera que as saídas se acentuem nos próximos três meses, as ações da plataforma de streaming despencaram no pós-mercado em Nova York.

Por volta das 18h30, o papel tinha baixa de 26,10%, a US$ 90,92.

Foi a primeira vez em 10 anos em que a companhia registrou queda no volume de usuários, um resultado que contrariou a projeção da própria empresa, que estimativa que teria 2,5 milhões de novos assinantes no trimestre. No mesmo trimestre do ano passado, a base de usuários cresceu em 4 milhões.

Um dos fatores por trás da queda foi a suspensão dos serviços na Rússia, que causou a retirada de 700 mil usuários. Excluindo esse impacto, o saldo teria sido de crescimento de 500 mil usuários, segundo a companhia.

Mesmo assim, diz Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital, uma adição de 500 mil novos usuários ficaria muito abaixo do guidance apresentado pela companhia anteriormente.

Para o próximo trimestre, a Netflix projeta perda de 2 milhões de usuários, considerando que a aquisição de clientes deve continuar lenta no curto prazo e que o segundo trimestre costuma ter adições menores do que o primeiro.

O lucro líquido divulgado pela Netflix, de US$ 1,597 bilhão, veio em linha com o esperado pelo mercado, mas representa baixa em relação ao US$ 1,707 bilhão do mesmo período de 2021.

A receita, por outro lado, subiu 16%, para US$ 7,868 bilhões – ritmo de crescimento menor do que o registrado nos trimestres anteriores. A alta nas receitas, de acordo com Lobão, se deve ao aumento de preços praticado pela Netflix em alguns mercados, com o objetivo de manter suas margens em torno de 20%.

“O pior não é nem só a queda de usuários, mas as perspectivas de que o cenário não tende a melhorar, pelo menos no horizonte de curtíssimo prazo, e que a meta de uma empresa que até então priorizava o crescimento passa a ser a manutenção de margens”, diz o especialista.

Segundo a própria companhia, na carta a acionistas publicada na noite desta terça-feira (19), a alta penetração da Netflix e a concorrência estão afetando o crescimento de receita, além de uma base de comparação dificultada pela pandemia, quando a plataforma cresceu acima da média.

A companhia acrescenta ainda que fatores macroeconômicos, como a desaceleração no crescimento econômico, eventos geopolíticos como a invasão russa à Ucrânia, e perturbações causadas pela Covid-19 também podem estar tendo impacto.

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