B3 (B3SA3) tenta escapar de multa da Receita Federal – confira o impacto nas ações

A B3 (B3SA3), Bolsa de valores brasileira, informou na noite de segunda-feira (2) que a Receita Federal reduziu parte do auto de infração imposto pela falta de pagamento de Imposto de Renda na incorporação das ações da Cetip em 2017.

Segundo comunicado, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Rio de Janeiro (DRJ) decidiu exonerar R$ 237,4 milhões de um total de R$ 553,1 milhões. A exoneração parcial faz com que o valor total a ser pago seja de R$ 315,5 milhões, com multa e juros.

No entanto, este valor ainda não é definitivo e deve ser submetido a um recurso do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Além disso, a B3 afirmou que irá recorrer da decisão para não ser obrigada a pagar nenhum valor.

O que achamos?

Mesmo que a B3 seja obrigada a pagar a infração, este não deve afetar significativamente os negócios da empresa.

Isto porque no terceiro trimestre a empresa contava com um caixa de R$ 16,7 bilhões, sendo que a multa representaria 1,8% deste montante.

Além disso, a forte capacidade da empresa em gerar caixa é bem superior ao montante cobrado pela Receita Federal. Nos últimos 12 meses a B3 reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 6,8 bilhões.

O Ebitda é o resultado mais próximo à geração de caixa de uma empresa. Ao comparar este valor com o endividamento total da B3, de R$ 12,3 bilhões, teríamos uma relação de 1,8 vez.

Além disso, a maior parte da dívida, 86%, tem o vencimento para o longo prazo, o que demonstra que a empresa possui um endividamento saudável.

Por outro lado, caso a empresa consiga a exoneração total do pagamento, pode ser beneficiada com a economia de caixa. Este valor poderia ser revertido para novos investimentos, pagamento de dívidas ou até mesmo distribuição de dividendos.

Como as ações devem reagir?

Este fato não deve trazer grandes preocupações para os investidores e a reação dos papéis deve ser neutra em relação a este comunicado.

Portanto, os papéis da bolsa brasileira devem seguir o fluxo do mercado que está receoso com as atitudes do novo comando do governo.

As ações da B3 sobem 18,26% no acumulado dos últimos 12 meses.