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Azul (AZUL4) deve continuar sob pressão após Latam rejeitar fusão, diz Morgan

Ação da Azul pode continuar sob pressão após desistência de fusão com Latam e surgimento de nova variante do coronavírus, diz Morgan Stanley

Após a Latam Airlines recusar a proposta da Azul de negociar uma fusão e das notícias sobre a nova variante do coronavírus que surgiu na África do Sul, as ações da companhia aérea fundada por David Neeleman devem continuar sob pressão no curto prazo, avalia o Morgan Stanley em relatório.

No dia 28 de novembro, a Azul divulgou que fez uma proposta para os credores da Latam, em recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos, propondo a fusão das duas companhias.

A oferta tinha apoio de parte dos credores da Latam e incluía uma injeção de capital de US$ 5 bilhões, sendo US$ 4 bilhões dos credores e US$ 1 bilhão dos acionistas da Azul. Assim, o capital da nova empresa seria dividido entre os acionista da Azul, os credores da Latam e os participantes da oferta de ações. A empresa aérea brasileira esperava que a fusão dos negócios gerasse US$ 4 bilhões em sinergias.

A proposta da empresa de Neeleman, contudo, foi considerada insuficiente para atrair os acionistas da Latam, disse o CEO da Latam Airlines, Roberto Alvo. A Latam apresentou seu plano de recuperação para os credores na sexta-feira, 26 de novembro, e tem o apoio de 71% dos credores para aprovação, segundo o executivo. O plano precisa ser aprovado pela Justiça dos Estados Unidos até 27 de janeiro. Para aprovar um plano de recuperação no país é necessário o apoio de pelo menos 66% dos credores.

O CEO da Azul, John Rogerson, disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo que o preço colocado pela Latam não é atrativo e que por enquanto a Azul não tem interesse em fazer uma nova proposta.

Setor aéreo em baixa

A notícia veio em momento em que as ações das empresas aéreas voltaram a ficar sob pressão após o surgimento da nova variante do coronavírus na África do Sul trazer uma preocupação com o impacto sobre viagens de avião com o fechamento de fronteiras. Países da Europa e o Brasil anunciaram a suspensão de voos do Sul da África a fim de conter uma possível disseminação do novo vírus.

“Acreditamos que a Azul está em uma posição difícil e achamos que a ação deve estar sob pressão no curto prazo”, disse o Morgan Stanley em relatório.

O banco destaca que agora não há um caminho claro para a maior concentração no setor aéreo no Brasil após a desistência da negociação da Azul com a Latam, o que , segundo a própria Azul, era um fato importante para a saúde financeira da indústria. “O mercado pode começar a focar mais atenção na necessidade da Azul ter que levantar capital na ausência de um negócio com a Latam”, destacou o Morgan em relatório.

Com a fusão das operações da Latam com a Azul, a nova companhia iria ter uma participação de 60% do mercado doméstico, mas poderia enfrentar dificuldade de aprovação no Cade, destaca o Goldman Sachs em relatório. “Estamos com uma recomendação neutra para Azul com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 36”, destacou o banco em relatório.

As ações da Azul operavam em alta de 0,82% por volta das 12h50% a R$ 23,49.

Entre os principais riscos para o papel da Azul, o Goldman destaca uma alta maior que a esperada dos preços dos combustíveis, uma depreciação do câmbio, menor demanda por viagens aéreas e competição irracional no setor.

O Morgan ainda vê como risco a liquidez da companhia com uma possível desaceleração da demanda, o cronograma de entrega de novas aeronaves e uma queda do PIB do Brasil.

Como fatores potenciais para alta do papel, o Morgan vê como positivo o crescimento da Azul Cargo e do programa de milhas Tudo Azul.

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