Ativos que lideraram os ganhos em maio de 2025

Shutterstock/Saicle

Maio foi um mês de continuidade no movimento positivo observado nos mercados, marcado por um ambiente global ainda favorável ao apetite por risco. Nos Estados Unidos, a volta do protecionismo à pauta — com o presidente Donald Trump sinalizando a retomada de políticas tarifárias mais agressivas, especialmente sobre importações chinesas — reacendeu debates sobre os efeitos de uma possível fragmentação comercial. Ainda assim, os investidores mantiveram o otimismo, apoiados por uma inflação próxima da meta, estabilidade na política monetária e avanços regulatórios em setores estratégicos, como o de criptoativos.

No Brasil, o ambiente foi de relativa estabilidade. Discussões sobre alterações no IOF e as indefinições fiscais seguiram no radar, mas os principais indicadores macroeconômicos, como inflação e PIB, vieram dentro das expectativas. Isso favoreceu o desempenho de ativos com maior sensibilidade ao cenário doméstico, como as small caps, enquanto a exposição internacional — por meio dos BDRs e criptomoedas — se destacou entre os investimentos mais rentáveis do mês.

A seguir, os investimentos que mais renderam em maio:

  1. Ethereum (+43,93%)

O Ethereum liderou o ranking de maio com um forte movimento de recuperação, após quedas acumuladas relevantes nos meses anteriores — no ano a criptomoeda acumula queda de 28,80%. O principal catalisador do mês foi a implementação da atualização Pectra, que elevou o limite de staking e trouxe ganhos de eficiência e escalabilidade à rede. Além disso, a aprovação inicial, pela SEC americana, dos primeiros ETFs à vista de Ethereum foi interpretada pelo mercado como um marco para sua consolidação institucional, atraindo novo fluxo de capital. O desempenho também refletiu um movimento técnico de correção, dado que o ETH vinha sendo negociado a níveis considerados depreciados em relação ao Bitcoin.

 

  1. Bitcoin (+12,48%)

O Bitcoin também passou por um processo de recuperação em maio. Ainda que o ativo acumule alta tímida no ano (+3,39%) , o mês foi marcado por eventos regulatórios positivos nos Estados Unidos, como a permissão para que bancos tradicionais ofereçam custódia e serviços de negociação de criptoativos. Também chamou atenção uma nova legislação aprovada por estados norte-americanos que autoriza, sob certas condições, o uso de Bitcoin como parte de reservas públicas. Esse avanço institucional, somado ao ambiente externo mais benigno e à redução das incertezas sobre política monetária, sustentou a valorização da criptomoeda no período.

 

  1. Nasdaq Composite (+9,56%)

O índice Nasdaq Composite, que reúne mais de 3.000 empresas listadas na bolsa americana Nasdaq, teve desempenho expressivo em maio, a combinação entre resultados positivos de grandes companhias, alívio em tensões comerciais e expectativas de manutenção dos juros nos EUA sustentou o movimento de valorização. Setores ligados à inteligência artificial, semicondutores e serviços digitais lideraram os ganhos, refletindo a confiança dos investidores em tendências estruturais de inovação.

 

  1. BDRX (+7,94%)

O índice BDRX, que representa os BDRs de empresas estrangeiras negociados na B3, apresentou um mês de desempenho expressivo, refletindo diretamente a valorização dos mercados internacionais — em especial o Nasdaq, terceiro melhor ativo do mês. O avanço dos papéis de tecnologia nos Estados Unidos, aliado ao maior interesse do investidor brasileiro por ativos globais, contribuiu para a performance do índice. Nesse contexto, os BDRs cumpriram seu papel como alternativa eficiente de diversificação e acesso à performance de grandes empresas internacionais, sem exposição direta cambial ou necessidade de envio de recursos ao exterior, apesar disso o índice acumula queda de 8,81% no ano de 2025.

 

  1. Small Cap (+5,94%)

As ações de menor capitalização listadas na B3 tiveram mais um mês de valorização consistente, impulsionadas por fundamentos sólidos e percepção de assimetria atrativa. Além de negociarem a múltiplos ainda descontados em relação à média histórica, o bom desempenho nos resultados do primeiro trimestre de diversas companhias reforçou o apetite por esse segmento. Empresas com foco no mercado interno se beneficiaram de um cenário doméstico mais estável, com inflação sob controle, política monetária previsível e leve recuperação da atividade.

Setores como consumo, saúde e tecnologia estiveram entre os principais vetores de alta. Como reflexo desse movimento, o índice de Small Caps acumula alta de 25,12% no ano, sendo o de melhor desempenho entre os principais índices da B3 em 2025 até o momento.

Em resumo, maio de 2025 foi um mês marcado pela valorização de ativos ligados à tecnologia, à inovação e ao mercado doméstico brasileiro. O destaque ficou para a recuperação das criptomoedas, impulsionadas por avanços regulatórios e maior legitimidade institucional, enquanto os índices internacionais refletiram o apetite por risco em um ambiente global mais previsível. No mercado local, o bom desempenho das small caps confirmou o movimento de busca por assimetrias e sensibilidade à dinâmica econômica interna.

 

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