Assaí (ASAI3) ou Petz (PETZ3)? Veja o que estes gestores pensam sobre essas ações

Apesar de atuarem em ramos distintos, tanto o Assaí (ASAI3) quanto a Petz (PETZ3) são empresas varejistas, o que as deixam mais expostas a variáveis macroeconômicas como inflação e alta de juros, que acabam reduzindo o poder de compra da população.

Contudo, durante uma livre organizada pela XP na tarde desta quarta-feira (8), dois gestores, que possuem teses positivas para cada uma delas, argumentam que as companhias são resilientes neste momento de recessão econômica, cada uma por um motivo diferente.

Primeiro, em relação à Petz, empresa que atua no segmento pet, o sócio da Encore Asset, Alexandre Bagnoli, argumenta que a empresa tem crescido a uma média de 12% por ano nos últimos 15 anos. “De lá para cá tivemos inúmeras crises e a empresa continuou a crescer, chegando a ser a maior do setor em 2021. Mesmo assim, é uma empresa que está só no começo e só possui cerca de 6% do mercado”, argumenta.

Esse é o principal ponto pelo qual Bagnoli está confiante com a empresa — a capacidade de aumentar essa participação no mercado. Ele relembra o caso da Raia Drogasil (RADL3), que possuía antes de 2010 6% do mercado e hoje já conta com cerca de 14%.

“No ramo pet, de players grandes, temos praticamente Petz, Cobasi e PetLove, com os players ‘de bairro’ e informais representando cerca de 50% do mercado. Para mim, é nítido que eles vão ceder participação ao longo dos próximos anos”, explica.

O gestor vê a empresa continuando com sua estratégia de abrir lojas, e acredita que a Petz atinja cerca de 15% de participação no mercado nos próximos anos.

Atualmente, na Bolsa, cada ação da Petz é avaliada a R$ 11,65, e, de acordo com dados do Refinitiv, compilados na plataforma do TradeMap, das 10 recomendações que a empresa possui de analistas do mercado, nove são de compra e uma para manter a ação.

A mediana dos preços-alvos, que é de R$ 25, traria uma valorização de 114% no investimento. A ação da Petz fechou em queda de 0,77% nesta quarta, a R$ 11,63.

Assaí

Já no caso do Assaí — empresa do ramo de atacarejo, segmento que mistura características do atacado, como preços menores para compras em maior quantidade, e do varejo, como a venda e distribuição dos produtos num mesmo local –, segundo Alexandre Miguel, analista da RPS Capital, o fato de a empresa estar no ramo de alimentos a torna resiliente diante de momentos de crise. 

É claro que a companhia acaba sofrendo com alta da inflação, uma vez que os produtos vendidos também aumentam de preços, mas Miguel classifica a empresa como parte de um grupo chamado de “defensivos domésticos”. A empresa tem baixos custos para operar, ele diz, e está “atrativa em termos de preço dentro do varejo alimentar”.

“Ao traçarmos um histórico do ticket médio do Assaí com a inflação de alimentos ao longo dos anos, nós vemos uma correlação bem próxima. Numa inflação alta, não havendo um colapso de renda, o ticket médio continua o mesmo”, argumenta.

Ele ressalta ainda que esse setor de atacarejo já corresponde a 30% do mercado de varejo alimentício, e ainda acredita em mais crescimento pela frente. “Dentro do setor, achamos que o Assaí é o melhor operador. A companhia vem ganhando share, e, apesar de não ser o maior player, reduziu muito a diferença para o Atacadão, líder do segmento”, opina Miguel, da RPS Capital.

Ele considera a rede como melhor operadora avaliando a maturação das lojas, a abertura de novas instalações e a performance desses polos inaugurados, “além do time de gestão, que consideramos bem experiente”, acrescenta.

Na Bolsa brasileira, cada ação do grupo é negociada por R$ 15,95, e, de acordo com dados do Refinitiv, compilados na plataforma do TradeMap, das 16 recomendações que a empresa possui de analistas do mercado, todas incentivam a compra do papel.

A mediana dos preços-alvos, que é de R$ 21, traria uma valorização de 31,66% no investimento. A ação do Assaí fechou em alta de 1,53% nesta quarta, a R$ 15,94.