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Aquisição feita pela Omega (MEGA3) pode gerar retorno de 9,5% a 12%, estimam analistas; ações sobem

Do ponto de vista estratégico, negócio é positivo por permitir desenvolvimento de portfólio

Foto: Divulgação

A transação anunciada na noite de segunda-feira (7) pela Omega Energia, que comprou o que ainda não tinha dos ativos de energia eólica do complexo Assuruá, na Bahia, deve gerar um retorno para a companhia que pode variar entre 9,5% e 12%, mostram estimativas feitas por analistas que acompanham a empresa, em relatórios distribuídos nesta terça-feira (8).

Com a aquisição, a Omega levou as fatias restantes de 20% e 40% dos ativos de energia eólica Assuruá 4, com capacidade de geração de 211,5 megawatt (MW), e Assuruá 5, com 243,6 MW de capacidade. A empresa, com isso, terá a totalidade do complexo baiano.

Além disso, a Omega adquiriu também todos os direitos relativos a expansões do complexo, que podem chegar a 617,6 MW de capacidade adicional, com direito a 50% de desconto na tarifa de uso da transmissão (TUST).

Em relatório distribuído nesta terça, a equipe de analistas do Goldman Sachs projeta retornos entre 10,5% e 12% para a transação. Considerando que a Omega, nos cálculos do banco, atualmente é negociada com uma taxa interna de retorno (IRR) de 10,6%, o potencial de criação de valor seria limitado.

Já o BTG Pactual Digital, que estima um retorno de 9,5% para a transação, afirma que o negócio deve gerar um valor presente líquido de R$ 91 milhões. Porém, diz que o montante é “quase neutro, considerando o valor de mercado da Omega”, disseram analistas de banco em relatório publicado hoje. A Omega é avaliada em R$ 5,93 bilhões.

Por volta das 14h30, as ações da companhia subiam 3,58%, a R$ 10,71.

O valor gerado pela aquisição de todos os direitos de expansão do complexo, porém, tem potencial de elevar os retornos projetados, segundo o Goldman, o que é difícil de estimar neste momento, mas pode trazer também benefícios estratégicos.

Os analistas da XP Investimentos compartilham da opinião, classificando a transação como neutra, por preverem uma taxa de retorno justa para as ações. “Por outro lado, do ponto de vista estratégico, a aquisição é positiva, pois agora a Omega Energia poderá desenvolver e expandir o restante do portfólio”, afirmam, em relatório publicado hoje.

A expectativa da Omega é que, quando os projetos estiverem totalmente operacionais, o que é previsto para 2023, acrescentem aproximadamente R$ 380 milhões ao Ebitda anual da empresa.

Por causa da nova aquisição, o plano de investimentos da Omega para 2022 será revisto para postergar o início de obras em novos projetos e focar o investimento em Assuruá 4 e Assuruá 5.

A expectativa do BTG é que o projeto solar Morada do Sol da Omega, com capacidade de 150 MW, cuja construção deveria ser iniciada no terceiro trimestre deste ano, passe para meados de 2023. “No entanto, em termos de fluxo de caixa, o Ebitda adicional proveniente dos projetos eólicos de Assuruá compensará parcialmente o adiamento de Morada Sol”, disseram os analistas.

A transação se dará por meio da aquisição das debêntures conversíveis de emissão da Assuruá 4 e da Assuruá 5, via pagamento de R$ 57,2 milhões em dinheiro, R$ 150 milhões por meio de emissão de ações, e quatro parcelas anuais de R$ 51,25 milhões, corrigidas pelo CDI.

Mesmo com a visão neutra sobre a transação, os analistas mantêm sua visão positiva para as ações da Omega, que operavam em alta de 3,87% por volta das 13h desta terça, a R$ 10,74.

O Goldman Sachs recomenda a compra da ação, com preço-alvo de R$ 15,80, o que representa alta de 52,8% em relação ao valor no fechamento da segunda-feira, de R$ 10,34.

A XP também recomenda a compra do papel e fixa seu preço-alvo de R$ 17, upside de 64,4%, considerando a companhia uma das melhores histórias de risco-retorno em sua cobertura. A recomendação do BTG Pactual Digital também é de compra, com preço-alvo de R$ 18 – potencial de alta de 74,1%.

O otimismo do Goldman Sachs se dá porque a companhia “apresenta uma combinação sólida de um veículo premium de energia alternativa, com crescimento impulsionado por uma estratégia de M&A comprovada, exposição a ESG por meio de seu portfólio 100% renovável, e geração de fluxo de caixa estável e previsível”.

Os maiores riscos para a performance da empresa, na visão do Goldman Sachs, são uma geração efetiva abaixo dos níveis de capacidade, flutuações nas taxas de juros, dificuldade em extrair valor de fusões e aquisições, preços de energia mais baixos no longo prazo e mudanças regulatórias negativas.

O BTG menciona ainda mudanças repentinas nas taxas de câmbio, que podem afetar os investimentos estrangeiros, e riscos de governança corporativa no relacionamento com a Omega Desenvolvimento.

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