A Marfrig (MRFG3) confirmou na sexta-feira, 21, a compra de cerca de 24,23% do capital da BRF (BRFS3), na forma de opções e leilões na bolsa de valores. O negócio, que somou 196,68 milhões de papéis, custou algo em torno de US$ 600 milhões (ou R$ 3,2 bilhões) a processadora de carnes.
Em comunicado ao mercado, a Marfrig disse que a operação “visa diversificar os investimentos” da companhia “em um segmento que possui complementaridades com seu setor de atuação”. Também esclarece que não pretende eleger membros para o Conselho de Administração ou exercer influência sobre as atividades da BRF.
Já do outro lado, a BRF esclareceu por meio de fato relevante que “não foram celebrados pela Marfrig quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto ou a compra e venda de outros valores mobiliários emitidos pela Companhia”.
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A especulação do mercado é de que se trata de uma tentativa de fusão da companhia de proteína animal com sua concorrente. O movimento da Marfrig evidencia a força da divisão da empresa na América do Norte, onde a demanda tem sido forte e os preços do gado, relativamente baixos, enquanto as margens da BRF foram comprimidas por sua maior dependência do Brasil.
Previ vende sua participação
A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, confirmou a venda de uma fatia de sua participação na BRF para a Marfrig no leilão de sexta-feira, por R$ 651 milhões. De acordo com o fundo, a venda corresponde a um terço de duas posições (cerca de 8 milhões de ações), que saíram de 9% para 6%.
Acionista da BRF desde a década de 1990, a Previ repassou suas posições a R$ 27,15 o papel – o preço máximo. Ao final do pregão o preço recuou para R$ 26,93.
Na semana, as ações da BRF valorizaram 28,79%. Às 10:19 desta manhã, os papéis BRFS3 caíam 3.34%, negociados a R$ 26,03.