Anatel vai cancelar venda de ativos da Oi (OIBR3)? Genial considera este cenário “improvável”

Para a Genial, desfazer a venda dos ativos da Oi Móvel traria mais problemas do que soluções e dificultaria fim da recuperação judicial da Oi

Foto: Wirestock Creators / Shutterstock.com

É “improvável” que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) reverta a venda de ativos de telefonia móvel da Oi (OIBR3) para outras operadoras do setor – ainda que esta possibilidade tenha sido verbalizada pelo presidente da agência, Leonardo Euler de Morais. A avaliação é da corretora Genial Investimentos.

A venda dos ativos móveis da Oi é um dos movimentos essenciais para a companhia sair da recuperação judicial. A transação está em andamento com as outras três grandes do setor  – TIM, Claro e Vivo -, que estão gradualmente recebendo os clientes da Oi.

O problema é que, segundo a Anatel, as companhias envolvidas na operação estão descumprindo uma das exigências feitas pela agência para que a transação fosse adiante, relacionada ao custo do roaming.

O roaming acontece quando o cliente de uma operadora de telefonia viaja a uma cidade onde esta empresa não opera e usa a estrutura de outra companhia para continuar tendo acesso aos serviços.

Essa companhia que oferece a estrutura precisar ser remunerada por isso. A briga entre a Anatel e as operadoras está nos valores que devem servir como referência para estes pagamentos – os defendidos pela agência são bem menores que os buscados pelas operadoras, que conseguiram liminares na Justiça para impedir que os valores pretendidos pela Anatel passem a valer.

Para fins de comparação, enquanto a agência defende que em roaming o custo dos dados seja de R$ 0,0026 por minuto, as operadoras querem algo entre R$ 0,09 e R$ 0,17, diz a Genial. Essa disparidade acontece também no caso de ligações e do SMS.

A Anatel ameaçou cancelar a venda de ativos móveis da Oi argumentando que, ao buscar decisões judiciais contrárias à adoção dos preços considerados justos pela agência, as empresas estão descumprindo os termos que levaram à aprovação do acordo que viabilizou a operação.

A Genial, no entanto, considera que dificilmente a venda será revertida.

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“Em nossa visão, como o closing do deal já foi realizado, a anulação da anuência prévia e consequente cancelamento da compra é improvável de acontecer por conta dos inúmeros efeitos negativos que essa decisão iria gerar”, disse a corretora.

“A Oi não conseguiria sair da recuperação judicial, parte das suas dívidas já foram pagas para os respectivos credores e a migração da base de clientes já está em andamento. Assim, acreditamos que o caminho mais provável seja um meio termo entre as partes, sem a necessidade de revogação da decisão da venda da Oi Móvel”, afirmou.

A Genial recomenda a compra das ações da Oi, da TIM (TIMS3) e da Vivo (VIVT3). A primeira tem preço-alvo de R$ 1,10 – o que equivale a pouco mais do que o dobro do valor  atual -, a segunda de R$ 18,00 – potencial de alta de quase 40%  – e a terceira de R$ 60,00 – ou 28% a mais que o preço atual.

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