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Análises TradeMap – Fundos de Investimentos (Agosto 2019)

Destaques

Atenção, marujos! O mês de agosto ficou marcado por uma piora acentuada nos preços dos ativos de risco em torno do mundo, incluindo no mercado brasileiro – apesar da recuperação do Ibovespa no final do mês. O aumento da intensidade das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, juntamente com o Federal Reserve hesitando em se antecipar a perspectiva de desaceleração da economia, trouxeram consigo um cenário de instabilidade e volatilidade nos preços. Em uma situação de economia global em desaceleração, essas novas imposições de tarifas devem impactar ainda mais o comércio e a indústria, aumentando o risco de recessão no futuro.

O mecanismo de juros serviu novamente como atenuador na queda da maioria dos ativos de risco. Entretanto, no cenário atual ele já não se mostrou tão eficiente quanto anteriormente. Os ativos de países emergentes acabaram sofrendo mais e sendo menos responsivos aos cortes nos juros, principalmente devido à desvalorização de commodities e fortalecimento do dólar americano.

Os ativos nacionais refletiram também desfavoráveis condições internas e de um grande vizinho próximo – a Argentina. Ruídos políticos domésticos somados ao desfavorável encaminhamento da eleição argentina, que indica que o atual presidente, Maurício Macri, será derrotado por ampla vantagem pelo peronista Alberto Fernandez, tiveram grande impacto negativo nos preços ativos domésticos.

A inflação, por sua vez, continua apresentando comportamento controlado, refletido nos baixos valores do índice geral. Esse comportamento, juntamente com a ainda fraqueza da atividade, continuam suportando as expectativas de cortes de juros por parte do Banco Central em breve.

Dessa vez, acompanhamos as perspectivas futuras, cenários econômicos e principais posicionamentos para o início de setembro das gestoras Bahia Asset, Tork Capital, Gauss Capital, Occam Brasil e Paineiras Investimentos com o intuito de te auxiliar na tomada de decisões, certo?

Apesar de ainda estarem otimistas com a bolsa brasileira, as gestoras em geral se mostram mais cautelosas para o início de setembro. As incertezas internacionais são muitas e isso é o principal fator que vem trazendo volatilidade aos ativos de risco do mercado interno. Ainda que se tenha dificuldade em entender a estratégia do presidente dos EUA, Donald Trump, em última instância ele deve priorizar a economia, que é o seu principal pilar na corrida da reeleição.

Entre os principais setores no Brasil destacados positivamente nas cartas das gestoras estão Utilities, Consumo Cíclico e Financeiro. A conjuntura atual e a leitura do cenário futuro sustentam esse posicionamento.

Vejamos os setores em destaque:

Utilities

As Utilities tem hoje o tema das privatizações como um dos principais fatores que justificam a boa performance dos ativos. Além disso, também é positivamente impactado pelo corte de juros, apesar de ser de maneira mais leve. No início desse mês, é a principal exposição da Tork e uma das principais da Bahia e Occam.

Financeiro

Com a redução das taxas de juros, os custos de empréstimos e financiamentos caem, ou seja, os consumidores são de certa forma encorajados a tomar dívida, favorecendo o negócio financeiro. Para o início de setembro, o setor financeiro é a terceira maior exposição da Tork, e o financeiro não bancário é um dos favoritos da Occam.

Consumo Cíclico

Já o Consumo Cíclico é impactado positivamente pela expectativa da retomada da atividade doméstica, que também está diretamente ligada aos cortes dos juros. Dentre as cartas analisadas, no momento é considerado um setor de destaque quase de forma unânime.

Acompanhe os ativos de todos esses setores pelo TradeMap por meio das listas personalizadas. Também enviamos diariamente os fatos relevantes dessas empresas, caso estejam em alguma de suas listas de ações. Abaixo ilustramos uma lista retirada da nossa plataforma, com algumas das principais empresas de Utilities do Brasil.

TradeMap Web
TradeMap Web
Cenário lá fora

Em relação às bolsas globais, o sentimento de incerteza continua se sobressaindo. De maneira geral, os fundos analisados encontram-se bastante pessimistas com as bolsas de emergentes e com a bolsa americana.

A Gauss, entretanto, está otimista com o ciclo de expansão no curto prazo e, por isso, tem posições compradas em bolsas internacionais – essa visão vai de acordo com o que foi dito acima sobre as eleições nos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump sabe que a economia é um dos fatores vitais para sua campanha, e no limite deve apresentar algum tipo de trégua com os chineses.

No que diz respeito às moedas, não há um consenso bem estabelecido. As condições turbulentas internacionais somadas às políticas monetárias expansionistas que diversos bancos centrais em torno do globo estão adotando, trazem ao mercado de moedas a sensação de falta de tendência. A Occam, por exemplo, encontra-se comprada em dólares americanos contra uma cesta de moedas e estão zerados no real. Já a Gauss está otimista com a moeda brasileira contra a maioria das moedas.

Os Estados Unidos são a economia mais forte do planeta, e a posição comprada em dólar funciona com a lógica de que em tempos conturbados e voláteis, o fluxo de recurso dos investidores tende a ir em sentido ao país norte americano, vindo principalmente de emergentes. Entretanto, o atual ciclo econômico do Brasil – atividade em recuperação, inflação controlada e bolsa atrativa – funciona como um amortecedor para esse fluxo, o que justifica o otimismo da Gauss com a moeda brasileira.

Para exemplificar o que foi dito acima, levantamos as principais posições dos fundos Paineiras Hedge II e Gauss FIM.

Peineiras Hedge II
Peineiras Hedge II
Gauss FIM
Gauss FIM

Vale relembrar que esse material não tem o objetivo de recomendar investimentos, apenas informá-lo ainda mais sobre alguns dos principais agentes do mercado financeiro nacional. Todas as informações foram retiradas das cartas das próprias gestoras.

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