Alta da Selic derruba lucro da Rede D’Or (RDOR3) e eleva dívida no 1º trimestre

Só as despesas com juros e variação monetária da Rede D'Or cresceram 158% no primeiro trimestre

Foto: divulgação

A Rede D’Or, uma das maiores redes de hospitais do Brasil e que abriu capital em 2020, viu o seus resultados sofrerem com o aumento dos juros no país ao longo do último ano.

No primeiro trimestre, o lucro líquido da empresa caiu 44,1% em relação a igual período do ano passado, para R$ 225,2 milhões, pressionado principalmente pelas despesas financeiras da companhia, que quase dobraram em um ano, para R$ 792,9 milhões, alta de 78% em relação aos primeiros três meses de 2021.

O avanço da despesas financeiras ocorre por causa do aumento da Selic, que saiu de 2% ao ano em março do ano passado para 11,75% em março deste ano, quando terminou o primeiro trimestre. Desde então, o Banco Central (BC) já aplicou um novo aumento, para 12,75%, em uma tentativa de controlar a inflação no país.

Só as despesas com juros e variação monetária da Rede D’Or cresceram 158% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado, para R$ 610 milhões. A dívida bruta da companhia, por sua vez, subiu 18,9% no mesmo tipo de comparação, para R$ 25,1 bilhões.

O resultado financeiro da companhia — o saldo entre as despesas e as receitas financeiras — ficou negativo em R$ 559,1 milhões no primeiro trimestre, 42,8% pior que o número registrado nos primeiros três meses de 2021.

Aquisições

Ao final do período, a posição de caixa e equivalentes da Companhia foi de R$10,9 bilhões, queda de 20,2% em relação ao nível de um ano antes, principalmente em função dos desembolsos relacionados ao pagamento das aquisições concluídas.
Desde sua abertura de capital no fim de 2020, a Rede D’Or concluiu a aquisição de participações em 17 hospitais, que somam 2.213 leitos, incluindo a entrada em quatro estados do país. No primeiro trimestre, foram concluídas formalmente as aquisições do Hospital Santa Marina (MS), Hospital Arthur Ramos (AL), Hospital Santa Isabel (SP) e Hospital Aeroporto (BA).

Com uma posição de caixa menor e uma dívida bruta maior, a dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em R$ 14,2 bilhões, avanço de 90,4% frente ao quarto trimestre do ano passado.

No primeiro trimestre, a receita bruta atingiu novo recorde para um período de três meses, a R$ 5,97 bilhões, aumento de 12,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

 

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