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Ainda é cedo para afirmar que Bitcoin é proteção contra inflação, dizem especialistas

William Knottenbelt, do CME Group, e Fernando Ulrich, da Liberta Investimentos, participaram de debate no Expert XP 2022

Foto: Divulgação

O descolamento dos criptoativos do restante do mercado financeiro ao longo dos últimos anos, período em que o Bitcoin acumulou valorização, alimentou a teoria de que as moedas digitais são escudo contra a inflação. Para especialistas, no entanto, ainda é cedo para atestar esse potencial de proteção.

Para William Knottenbelt, head da área internacional do CME Group, as criptos ainda não passaram por testes de pressão que consigam garantir a eficiência do seu uso para blindar investimentos das variações de preços.

“O tempo vai dizer. O mercado ainda está na primeira infância, e não passamos por nenhum ciclo de inflação alta por muitos anos”, afirmou ele nesta quarta-feira (3), durante participação da Expert XP 2022.

Com opinião semelhante, Fernando Ulrich, head de educação da Liberta Investimentos, pontuou que há expectativa de que no futuro o Bitcoin (BTC) seja realmente visto como o “ouro digital”, mas que até lá há um longo caminho para percorrer.

“Pode levar 50, 100, 500 anos para que o Bitcoin alcance uma condição plena de proteção inflacionária”, disse.

Com sede nos Estados Unidos, o CME Group se tornou destaque no mercado cripto ao lançar em 2016 uma taxa de referência para o preço do Bitcoin. No ano seguinte, o conglomerado financeiro lançou o seu primeiro serviço de contratos futuros na criptomoeda.

Ao ser questionado sobre o mercado de cripto no Brasil, o executivo da CME destacou que o volume de negociações por aqui cresceu 250% neste ano. Na América Latina, disse, o uso das criptos ainda é limitado, mas o mercado está se “ampliando cada vez mais”.

Sobre o avanço coordenado de diversos países na regulamentação do mercado de criptos, Knottenbelt afirmou que ainda há muitas dúvidas no processo, mas destacou que as operações cripto da CME já estão amparadas nas leis americanas por intermédio da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês).

“Temos que esperar como essa questão se desenrola, se será [regulamentada] como um título, commodity ou security“, afirmou.

No contexto brasileiro, Ulrich disse que a regulamentação pelo governo “é inevitável”, mas também ressaltou que outros órgãos, como a Receita Federal e o Banco Central, já atuam como reguladores do setor.

Para o economista, o melhor caminho seria buscar por uma autorregulação do mercado. “Temos que ter paciência e ajudar os legisladores a escrever uma regulamentação mais inteligente”, afirmou.

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