As negociações para a fusão entre Aliansce Sonae (ALSO3) e brMalls (BRML3) chegaram a um impasse, levando as companhias e seus acionistas a planejarem novas estratégias de ataque e defesa, segundo informações do jornal Valor Econômico.
Após o fundo canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), que é detentor de 23% da Aliansce, anunciar aumento de participação relevante na brMalls, para 5,76% no início da semana, as negociações podem ter novos desdobramentos.
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Quando um acionista passa a deter participação superior a 5% em uma empresa, fica apto para levar para assembleias discussões sobre fusões e aquisições. Essa situação pode indicar que a brMalls será pressionada no futuro a rever a proposta feita pela Aliansce, destaca o Valor.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o aumento da participação foi um movimento de resposta aos negócios que andam pouco produtivos entre a Aliansce e acionistas da brMalls.
Se o CPPIB elevar sua fatia na empresa, também pode ajudar a segurar o preço na negociação.
De acordo com o Valor, a última movimentação levou analistas e gestoras a começarem a cogitar uma oferta hostil por parte da Aliansce, em que a empresa efetivamente lance um preço e uma data para adesão de acionistas. Já a brMalls estaria correndo para encontrar uma alternativa melhor que a proposta da Aliansce para apresentar aos acionistas, seja por meio de fusão ou de venda.
Contexto
No fim de dezembro, a Aliansce informou que estava conversando com a brMalls para uma eventual fusão entre as duas empresas do setor de shopping centers. No último dia 14, porém, uma sexta-feira, a brMalls afirmou que havia recusado a proposta da Aliansce Sonae, em uma operação avaliada em R$ 7 bilhões.
Os papéis da Aliansce Sonae e da brMalls encerraram o pregão de segunda-feira (24) em quedas de 0,47% e 2,07%, a R$ 21,09 e R$ 9,01, respectivamente.
Já no pregão desta terça, por volta das 11h, as ações ALSO3 subiam 0,19%, a R$ 21,21, enquanto BRML3 cedia 0,44%, a R$ 8,97.