Ações de Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) sobem após despencarem por alta do combustível

Receio é de que preço crescente aumente os custos destas companhias

As ações de companhias aéreas abriram o pregão desta terça-feira (3) em alta – e estão entre as que mais sobem dentre os componentes do Ibovespa -, recuperando-se das fortes perdas da segunda-feira (2), quando o mercado reagiu à notícia de mais um aumento no preço no combustível de aviação.

Por volta das 10h55 (de Brasília), as ações da Gol (GOLL4) subiam 3,08%, após terem caído quase 6% no dia anterior. A Azul (AZUL4) subia 3,48%, após cair 7,2% na segunda-feira.

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) divulgou ontem um comunicado afirmando que a Petrobras aumentou o preço do querosene em 6,7% no último domingo (1), e que neste ano o preço do combustível subiu 48,7% – isso depois de ter aumentado 92% em 2021.

A elevação nos preços, segundo a Abear, é consequência dos efeitos da guerra na Ucrânia e das sanções econômicas impostas à Rússia.

O país é um grande exportador de petróleo e foi punido com medidas que dificultam a venda da commodity ao exterior. Isso fez o valor do barril disparar, com resultado semelhante sobre os preços de derivados – entre eles o querosene de aviação.

“Mais uma vez o reajuste anunciado pela Petrobras comprova como as companhias aéreas enfrentam diariamente a a alta dos custos estruturais, sobretudo com o atual cenário de guerra na Ucrânia que traz muita pressão para o preço do barril de petróleo e para a cotação do dólar”, disse a Abear no comunicado.

“O setor permanece sendo resiliente, mas a atual conjuntura traz muita dificuldade para podermos obter uma recuperação vigorosa diante da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus”, disse o presidente da associação, Eduardo Sanovicz, em nota.

O aumento nas despesas com combustíveis foi um dos fatores negativos apresentados nos resultados da Gol no primeiro trimestre.

Segundo os dados da empresa, a receita líquida mais que dobrou no primeiro trimestre em relação a um ano antes, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 3,2 bilhões. O aumento, porém, impressiona menos quando se observa que as despesas operacionais cresceram 50,4% na mesma comparação, para R$ 3,1 bilhões.

Só o gasto com combustível de aviação no primeiro trimestre chegou a R$ 1,2 bilhão – superando em 113% o valor registrado nos primeiros três meses de 2021.

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Historicamente, os combustíveis são uma das maiores despesas das companhias aéreas brasileiras. Nas contas da Abear, eles respondem por mais de um terço dos custos do setor, que por sua vez têm uma parcela de mais de 50% indexada ao dólar.

A Abear também reclama da taxação do combustível – segundo a associação, o Brasil é o único país do mundo que tem um tributo regional sobre o querosene de aviação, o ICMS. “As empresas estrangeiras não pagam esse imposto para abastecer em território nacional. É por isso que uma viagem internacional muitas vezes é mais barata do que um voo doméstico, considerando-se distâncias similares”, afirmou o grupo.

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