Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Acionistas da brMalls (BRML3) aprovam fusão com Aliansce Sonae (ALSO3)

Os acionistas da brMalls (BRML3) votaram a favor da combinação dos negócios da companhia com a Aliansce Sonae (ALSO3), segundo informações divulgadas na imprensa.

O casamento era esperado desde o final de 2021, quando surgiram as primeiras notícias a respeito de um potencial acordo entre as duas empresas. No entanto, demorou para acontecer – foram necessárias três propostas e muita insistência da Aliansce para que o negócio fosse adiante.

A brMalls reclamou que o valor inicial oferecido pela concorrente, de R$ 6,6 bilhões, estava baixo demais. As negociações duraram quatro meses e só houve acordo no final de abril, depois de a oferta da Aliansce chegar a R$ 8,1 bilhões.

Histórico de propostas da Aliansce Sonae pela brMalls

PROPOSTA 1 PROPOSTA 2 PROPOSTA 3
Data 04/01/2022 14/03/2022 19/04/2022
Quanto valia ALSO3 na época (R$) 20,28 20,25 21,20
Dinheiro (R$ bi) 1,35 1,85  1,25
Taxa de conversão
(ALSO3 x BRML3)
0,317 0,334 0,394
Quantas ALSO3 os acionistas de BRML3 receberiam 262,6 milhões 276,7 milhões 326,3 milhões
TOTAL (R$ bi) 6,675 7,453 8,167

Na época em que o acordo foi anunciado, o conselho de administração da brMalls disse que a combinação de negócios “proporcionará uma nova companhia com liderança comercial, ganhos de escala, captura de sinergias e maior capacidade de investimento” – finalmente concordando com a visão da Aliansce sobre a operação.

A preços desta quarta-feira (8), a proposta da Aliansce equivale a R$ 7,2 bilhões. De forma conjunta, a empresa valeria R$ 12 bilhões com receita líquida anual de R$ 2,09 bilhões, se tornando o maior conglomerado de shopping centers da América Latina.

Após a conclusão da operação, a brMalls se tornará uma subsidiária integral da Aliansce e, assim, as ações de sua emissão deixarão de ser negociadas na B3.

Em 2022, as ações da brMalls acumulam alta de 2,3%, enquanto as da Aliansce caem 13,1%. A combinação entre as duas companhias ainda precisa ser autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O que muda com a fusão

A visão prevalecente é de que a compra da brMalls pela concorrente faz sentido do ponto de vista de sinergias a agregar entre os negócios. Historicamente, a consolidação de players do segmento de shopping centers tem sido positiva – como a da própria Aliansce, que se juntou à Sonae em 2019.

A oferta da Aliansce tende a ser satisfatória aos acionistas da empresa e fazer sentido dadas as perspectivas do modelo de negócio complementar. Enquanto a brMalls foca na classe de alto padrão, a Aliansce está fortemente ligada ao público de média e baixa renda.

Segundo estimativas do BTG Pactual, a união das duas companhias pode gerar cerca de R$ 210 milhões por ano nas chamadas “sinergias” – redução de despesas redundantes, por exemplo -, além de um portfólio mais forte de ativos, dada a complementaridade da carteira de shoppings das duas companhias.

“A fusão criaria um gigante do setor, com mais de duas vezes a área bruta locável ou vendas do segundo maior player do Brasil”, disse o banco em relatório divulgado à época da primeira proposta feita pela Aliansce.

A Genial investimentos estimou um valor semelhante de sinergias. No lado operacional, prevê que as duas companhias gerem R$161 milhões por ano só com economias operacionais e potencialização da receita de mídia e shoppings, bem como com um aumento da margem dos ativos da brMalls.

No lado financeiro, a instituição estimou que será possível gerar até R$ 49 milhões de economia por ano, especificamente por causa da diminuição nas despesas que a nova companhia teria com endividamento, visto que a Aliansce Sonae paga menos para se financiar do que a brMalls.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.