As ações da Petrobras (PETR4) dobraram de preço ao longo deste ano, impulsionadas pela valorização do petróleo e pelo efeito positivo disso sobre os resultados da companhia. Mas, mesmo após essa arrancada, o papel ainda tem potencial de alta e é uma boa opção para a carteira, segundo o BB-BI, braço de investimentos do Banco do Brasil.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira (21), a instituição reiterou a recomendação de compra das ações da Petrobras, e elevou o preço-alvo tanto das ações ordinárias (PETR3) quanto das preferenciais para R$ 43, de R$ 38,50.
O BB-BI aponta que a empresa apresenta forte geração de caixa e uma baixa proporção de dívida em relação ao lucro operacional. Isso, somado ao aumento da produtividade nos campos de extração de petróleo do pré-sal, mantém a Petrobras “em um ciclo favorável de elevação na produção com menores custos”.
Além disso, o índice que mede a relação entre o valor total da Petrobras (ações mais dívidas) e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia está 20% abaixo do nível observado em outras empresas do setor.
Esse desconto, na prática, sugere que a empresa está mais barata que outras petrolíferas.
O motivo dessa diferença, diz Daniel Cobucci, analista CNPI do Banco do Brasil, reflete a perspectiva de que a empresa pode alterar algumas políticas que tem contribuído para sua rentabilidade.
A Petrobras está se desfazendo de ativos pouco relacionados ao seu principal negócio – extração de petróleo – e adotou como regra a venda de combustíveis no mercado interno pelos mesmos preços praticados no exterior. O receio de alguns investidores é de que essas políticas mudem após as eleições presidenciais.
“Ainda que esses tópicos permaneçam no radar, nossas premissas de modelagem envolvem a manutenção das condições atuais que têm garantido à companhia boas condições de rentabilidade”, disse Cobucci.
Ele estima que a empresa distribuirá ao menos R$ 70 bilhões em dividendos ao longo de 2023, ou 50% do lucro previsto para o período. Isso seria equivalente a R$ 5,30 por ação, ou a uma taxa de retorno de 15,3% ao ano.
“Porém, dado o histórico recente de distribuições até superiores ao lucro líquido, não surpreenderia se os valores chegassem a até o dobro”, acrescentou.
Para o analista, a empresa pode pagar menos dividendos se decidir direcionar mais recursos ao investimento em energias renováveis. Se mantiver o foco apenas no petróleo, a Petrobras correrá o risco de permanecer fora de segmentos que devem ter forte crescimento na demanda, afirmou.
Por volta das 15h45, as ações da Petrobras estavam entre as que mais subiam dentro do índice Ibovespa. A ação ordinária tinha alta de 3,63%, para R$ 41,65, enquanto a preferencial avançava 3,48%, a R$ 36,39.