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Ação da BRF (BRFS3) passa a cair mais de 3% e Bank of America vê renúncia em negócio pet

Analistas do banco acreditam que empresa pode acabar se desfazendo de um negócio promissor

Foto: Shutterstock/rafapress

A ação da BRF (BRFS3), que abriu em alta e chegou a subir mais de 3% no pregão desta terça-feira (28) após a empresa confirmar a intenção de vender a sua operação de alimentos pet, virou para o negativo. Por volta das 14h30, o papel recuava 3,09%.

Embora o mercado tenha reagido inicialmente de forma positiva ao anúncio da possível transação, há uma visão de que a BRF pode pagar um “preço” ao tomar essa decisão.

Na avaliação de analistas do Bank of America, o BofA, a BRF estaria sendo um clássico exemplo do ditado popular que prega que cada escolha é uma renúncia.

Ao escolher vender a operação, a BRF estaria mais perto de conseguir gerar um caixa adicional que ajudaria a reduzir uma dívida que tem assustado os investidores.

Por outro lado, estaria se livrando de um negócio que parece promissor, com margens de lucro que superam a média do mercado e com boas oportunidades de sinergias, segundo o BofA.

Em relatório a clientes, os analistas do banco citam reportagens da Bloomberg que dizem que a BRF poderia vender o negócio pet por cerca de R$ 2 bilhões, o equivalente a 30% do valor de mercado da empresa. Segundo o Brazil Journal, a Nestlé desponta como favorita para comprar o ativo. O Santander já foi contratado pela BRF para asessorar a transação.

Alavancagem da BRF no foco

Na visão dos analistas, a operação “não seria uma bala de prata para resolver a alavancagem”, ao mesmo tempo em que a BRF estaria se desfazendo de um negócio que “tem perspectivas de crescimento interessantes.”

O nível de alavancagem da BRF, que calcula o quanto a dívida líquida de um ano supera o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) gerado no mesmo período, ficou em 3,26 vezes no balanço mais recente, do terceiro trimestre.

Segundo cálculos do BofA, uma venda em torno de R$ 2 bilhões ajudaria a reduzir a alavancagem em torno de 0,5 vez, para 2,5 vezes até o fim de 2023.

“Mas embora a alavancagem permaneça alta, o cronograma de amortização da BRF não está sob estresse”, disseram os analistas, que ressaltaram que o caixa da empresa cobre as necessidades até 2027, assumindo que não haverá consumo de caixa neste ano. “Se o acordo ocorrer, a cobertura seria até 2029.”

O BofA lembra que a empresa deu um grande passo no negócio de pet food em 2021, após as aquisições da Hercosul (R$ 812 milhões) e da Mogiana (R$ 477 milhões), em um total de R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 1 bilhão pago à vista.

“Assumindo um custo de capital próprio de 16,6%, isso seria algo em torno de R$ 1,6 bilhão hoje, implicando um retorno de 25%”, calcularam os analistas, que não consideraram nenhum investimento adicional no negócio, dada a divulgação limitada.

Nesse cenário, o banco americano reiterou a posição neutra em relação à ação da BRF, com um preço-alvo de R$ 10, uma potencial valorização de mais de 50%, apesar de a ação acumular uma desvalorização acima de 20% em 2023.

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