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A três dias das eleições, Ibovespa segue exterior e fecha em baixa de 0,73%

Incertezas políticas criam pressão adicional sobre a Bolsa brasileira

Foto: Shutterstock

Com as eleições cada dia mais próximas, o que traz cautela para o mercado brasileiro, o Ibovespa passou o pregão desta quinta-feira (29) no vermelho, seguindo também as Bolsas estrangeiras, fechando em baixa de 0,73%, aos 107.664 pontos, com R$ 23,16 bilhões em volume negociado.

Com a perda de hoje, o saldo do Ibovespa para o mês de setembro passou para queda de 1,7%, enquanto a valorização acumulada desde o início do ano agora soma 2,71%.

O dia também foi negativo no exterior, com os mercados mais uma vez pressionados por temores sobre uma recessão econômica global. Em Nova York, o S&P 500 teve baixa de 2,11%, o Dow Jones caiu 1,54% e o Nasdaq recuou 2,84%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 somou perdas de 1,69%.

Mais do mesmo no exterior

Na visão do analista Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, “o que desencadeou essa baixa generalizada foi a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que vieram abaixo do consenso. Isso quer dizer que a economia se mostra mais resiliente do que o esperado.”

Segundo dados divulgados pelo governo dos EUA, o número de novos pedidos de seguro-desemprego no país na semana passada caiu de 209 mil para 193 mil. É um dos menores níveis desde o final de abril. O mercado esperava alta para 215 mil, segundo o ScotiaBank.

Esse sinal de economia aquecida é ruim para os investidores porque pode sinalizar um aperto monetário ainda mais forte vindo do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) no futuro. “Os indicadores de trabalho têm sido um ponto de atenção forte para o Fed”, complementa Piovesan.

Três dias para a eleição

A aproximação da eleição presidencial cria uma pressão adicional para o Ibovespa, com investidores preocupados com incertezas em torno do programa econômico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com uma possível contestação dos resultados pelo presidente Jair Bolsonaro, caso o petista vença no primeiro turno.

Nesta noite, todas as atenções estarão voltadas para o último debate de presidenciais antes do primeiro turno. Uma pesquisa da Exame/ Ideia publicada nesta quinta afirma que o petista registra 47% das intenções de voto, aumento de três pontos em relação ao último levantamento, há um mês. Bolsonaro cresceu um ponto, e registra 37%.

Na frente econômica, após cair 0,7% em agosto, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acelerou a queda e registrou deflação de 0,95% em setembro. A expectativa de analistas de mercado era de um tombo um pouco menor nos preços, de 0,89%.

Ainda, dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) demonstram que a criação de empregos no Brasil voltou a crescer em agosto, com a geração de 278,6 mil postos com carteira assinada. O número veio melhor do que o esperado: o consenso Refinitiv apontava 268 novas vagas.

Além disso, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, o BC (Banco Central) agora espera que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 1% em 2023, o dobro do previsto por analistas de mercado no último Boletim Focus.

No documento, o BC ainda revisou para cima a expectativa para a alta do PIB de 2022, que era de alta de 1,7% em junho, para crescimento de 2,7% – a revisão foi feita com base no crescimento além do esperado da economia no segundo trimestre.

O BC ainda repetiu no relatório suas projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 2022 a 2024, que haviam sido comunicadas na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). A expectativa é que a alta de preços fique em 5,8% neste ano, 4,6% em 2023 e 2,8% em 2024.

Altas e baixas do pregão

No fechamento, as maiores quedas do Ibovespa eram de Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Americanas (AMER3), com recuos de 8,79%, 8,17% e 7,41%, respectivamente. As companhias aéreas derreteram refletindo a alta do dólar e o temor de recessão global.

Na outra ponta, as ações que mais subiram foram as de Itaú (ITUB4), Eneva (ENEV3) e Itaúsa (ITSA4), com avanços de 1,49%, 1,33% e 1,26%, nesta ordem.

Criptomoedas

O mercado de criptoativos voltou a seguir as Bolsas internacionais em um clima de aversão ao risco após dados de pedidos do seguro-desemprego nos Estados Unidos virem abaixo do esperado, o que reforça a tese de inflação mais pressionada e manutenção da política agressiva de alta dos juros.

O Bitcoin (BTC) até operou no campo positivo durante a manhã, mas o pessimismo falou mais alto e a cripto embicou para baixo. Por volta das 17h, o BTC registrava queda de 0,3%, negociado a US$ 19.361, conforme dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

As próximas horas devem manter o viés de volatilidade com investidores à espera do PCE (índice de preços de gastos com consumo, na sigla em inglês) dos EUA em agosto, um dos indicadores de inflação favoritos do Federal Reserve, o banco central americano. O dado será publicado nesta sexta-feira, às 9h30, mesmo horário em que a Zona do Euro publica a prévia do CPI (índice de preços ao consumidor) de setembro.

O Ethereum também opera perto da estabilidade duas semanas após a conclusão do processo de fusão da blockchain, que deflagrou uma onda de vendas entre os investidores após meses de escalada.

Na mesma hora, a segunda maior cripto do mercado em capitalização tinha perda de 0,3%, vendida a US$ 1.331, conforme informações da Binance.

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