A estratégia da Ambev (ABEV3) para fazer o Zé Delivery bombar em pedidos

O Zé Delivery, aplicativo de entrega de bebidas lançado em 2016 pela Ambev, é a principal aposta da companhia para ter um relacionamento direto com os consumidores.

O aplicativo, embora já tenha seis anos de existência, cresceu com mais força durante a pandemia, quando as pessoas passaram mais tempo em casa e usaram os apps de entrega com mais recorrência.

Em 2021, mesmo com a reabertura dos bares, o volume de pedidos foi de 61 milhões, uma expansão de 125,9% em relação a 2020, quando os pedidos somaram 27 milhões. Só no quarto trimestre do ano passado, foram 17 milhões de pedidos.

Em evento com investidores realizado nesta terça-feira (12), a Ambev informou que o volume de pedidos no aplicativo já representa 6% do volume total da companhia e que o Zé Delivery já está presente em cerca de 300 cidades, 100 a mais do que em 2020.

A empresa, embora tenha planos para crescer, não tem como foco ampliar o número de cidades no momento, conforme explicou o CEO do Zé Delivery, Rodolfo Chung. Segundo ele, a estratégia da companhia é crescer nas cidades onde já está e onde os níveis de consumo ainda são menores.

O Zé delivery nasceu há seis anos a partir de um plano da Ambev para se aproximar mais dos clientes. A ideia da companhia é conhecer os consumidores com mais profundidade, por meio dos dados gerados no aplicativo, e assim fazer um marketing mais direcionado.

A startup funciona como um marketplace que liga quatro atores diretos: a indústria, os vendedores, os entregadores e o consumidor. Hoje, há cerca de 3 mil pontos de venda espalhados pelas cerca de 300 cidades, como mercados, bares, armazéns de bebidas e adegas.

As bebidas são vendidas com preços de supermercado e com a promessa de que chegarão geladas às casas dos consumidores. O cliente faz o pedido pelo aplicativo e o entregador vai ao ponto de venda mais próximo para buscar o produto e levá-lo até a casa do consumidor.

Hoje, o aplicativo tem 4 milhões de usuários ativos mensais, ou seja, clientes que realizam pelo menos uma compra em um mês, segundo o CEO.

Com isso, a startup apresentou uma unidade econômica (unit economics) positiva de 77% no último trimestre de 2021, o que significa que a startup é rentável para a empresa. Unit economics é uma métrica utilizada para verificar a eficiência do uso do capital da startup, calculada pela proporção entre o custo de aquisição de novos clientes (CAC) e a receita gerada pelos clientes ao longo de toda interação com a empresa.

Por meio do aplicativo, a Ambev espera ampliar as receitas, além de tornar o marketing mais eficiente por conhecer mais de perto seu cliente e poder oferecer produtos customizados para cada perfil.