Mercado reage à Selic de 15% e conflito entre Israel e Irã

Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira (20) em forte queda de 1,15%, aos 137.116 pontos, refletindo a reação dos investidores ao aumento da Selic para 15% ao ano e às incertezas crescentes no Oriente Médio.

Na véspera do feriado de Corpus Christi, o Copom surpreendeu parte do mercado ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, interrompendo temporariamente a expectativa de estabilidade. A decisão foi unânime e veio acompanhada do alerta de que novas altas não estão descartadas. Apesar do impacto positivo sobre o real — devido ao diferencial de juros —, o mercado teme os efeitos restritivos sobre o crescimento econômico.

As tensões entre Israel e Irã seguem no foco global. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que só decidirá em duas semanas se o país irá se envolver diretamente no conflito. A sinalização trouxe certo alívio aos mercados, ainda que a cautela persista. O petróleo Brent recuava 2,04%, a US$ 77,26, com investidores interpretando o adiamento da decisão como uma pausa na escalada militar.

Em paralelo, diplomatas europeus tentam abrir diálogo com o Irã sobre um novo acordo nuclear. Apesar disso, a continuidade dos ataques israelenses mina as perspectivas de uma trégua. O conflito chega ao oitavo dia, com alertas sobre um possível bloqueio do Estreito de Ormuz — o que poderia impactar o fornecimento global de petróleo.

Após manter os juros entre 4,25% e 4,50%, conforme esperado, em relatório ao Congresso, o Fed destacou que a inflação ainda está elevada, mas que os efeitos das tarifas comerciais impostas por Trump ainda são incertos e incipientes. Segundo o documento, os impactos podem estar começando a aparecer, especialmente em setores como automóveis, embora ainda não sejam visíveis nos dados oficiais.

Além disso, uma reportagem do Wall Street Journal indicou que os EUA podem revogar isenções que permitem a multinacionais acessarem tecnologias chinesas, elevando a aversão ao risco nos mercados globais.

Mesmo em meio à queda do índice, ações da Petrobras (PETR3) subiram 0,45%, sustentadas pela expectativa de alta no petróleo com a escalada entre Irã e Israel. A PetroRecôncavo (RECV3) também se destacou, avançando 1,35%, após a ANP aprovar o retorno de operações em campos da Bahia.

Por outro lado, a Cosan (CSAN3) foi destaque negativo do dia, com queda de 9,00%, após o Citi reduzir o preço-alvo da ação de R$ 14 para R$ 12, ainda mantendo recomendação de compra. O banco acredita que a empresa está em processo de reorganização do portfólio e que não enfrenta vencimentos relevantes até 2027.

O Bitcoin (BTC) recuou nesta sexta-feira, pressionado pelo ambiente de aversão ao risco, refletindo tanto a tensão geopolítica quanto os rumores sobre as novas restrições tecnológicas dos EUA. A falta de tração dos ativos digitais reforça o clima de cautela nos mercados.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• TIM (TIMS3): +1,51%

• Telefônica Brasil (VIVT3): +1,48%

• PetroRecôncavo (RECV3): +1,35%

• Taesa (TAEE11): +0,88%

• Petrobras (PETR3): +0,45%


Baixas

• Cosan (CSAN3): -9,00%

• Vamos (VAMO3): -7,44%

• Petz (PETZ3): -5,41%

• Magalu (MGLU3): -5,35%

• Hapvida (HAPV3): -5,24%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: +0,08%

• Nasdaq: -0,51%

• S&P 500: -0,22%


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