A Méliuz (CASH3), famosa por seus serviços de cashback, anunciou na noite de segunda-feira (24) que começou a estudar a segregação da plataforma de serviços financeiros Bankly por meio de um IPO (oferta pública inicial).
A cisão, porém, não depende apenas do estudo da companhia, mas também da obtenção das aprovações necessárias dos acionistas, credores e órgãos reguladores.
Segundo a empresa a potencial cisão permitiria a cada um dos negócios ter acesso ao mercado de capitais e a outras fontes de financiamento. Isto seria benéfico para empresa, dada a maior flexibilidade para transações estratégicas para cada companhia.
O que achamos?
Segregar as operações do Bankly pode ser benéfico para a Méliuz no sentido de descomplicar as operações e de dar um passo à frente no caminho da empresa rumo ao setor bancário.
A companhia tem buscado cada vez mais migrar sua principal operação, a de cashback, para outras atividades do setor financeiro, como cartão de crédito, PIX e outros serviços.
Isto porque vem enfrentando grande concorrência no mercado de cashback, já que gigantes do mercado como XP, Nubank, Inter e outros entraram na competição.
Essas fintechs têm outras fontes de receita como a principal e podem oferecer cashbacks maiores. Isto força a Méliuz a ter que aumentar o seu cashback e consequentemente o custo fica maior, corroendo o lucro operacional da empresa.
Portanto, uma possível segregação das operações traria maior simplicidade para o negócio e facilitaria o acesso à mais fontes de financiamento.
A cisão do Bankly poderia valorizar esta área do negócio e a aumentar o potencial retorno da controlada. Além disso, a Méliuz pode utilizar a grande base de clientes para impulsionar os serviços da fintech.
Como mercado deve reagir?
Os investidores podem ver com viés positivo a cisão do Bankly, pois o banco digital tem potencial de gerar valor para a Méliuz.
Os papéis da Méliuz podem abrir o pregão desta terça-feira (25) em alta. Porém, ainda é cedo para contar com a cisão, já que o processo ainda está em estudo.
As ações da companhia apresentam queda acumulada de 64,9% no ano.