O Ibovespa encerrou a quinta-feira (7) em alta de 1,48%, aos 136.528 pontos, alcançando a maior alta desde junho. O movimento foi sustentado por expectativas de corte na taxa de juros dos Estados Unidos, balanços corporativos favoráveis e desvalorização do dólar.
A leitura fraca do payroll americano reforçou a ideia de desaquecimento da economia dos EUA, o que aumentou as apostas de que o Federal Reserve poderá iniciar cortes de juros já em setembro com 91% de probabilidade, segundo o CME Group. No entanto, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, ponderou que será preciso observar mais dados antes de se comprometer com novas reduções, mesmo considerando a desaceleração do mercado de trabalho.
No Brasil, uma eventual queda dos juros americanos pode abrir espaço para uma aceleração no ciclo de cortes da Selic. A inflação global tende a se suavizar nesse contexto, embora as tensões comerciais possam exercer pressão contrária.
O grande destaque do dia foi a Eletrobras (ELET6), que subiu 9,60%, registrando a sua maior alta intradiária do ano. A empresa reportou lucro líquido ajustado de R$ 1,4 bilhão, alta de 43% em relação a 2024, e anunciou R$ 4 bilhões em dividendos, o que reacendeu o otimismo dos investidores. A receita líquida atingiu R$ 10,2 bilhões (+21,5%), e o Ebitda ajustado foi de R$ 5,1 bilhões, superando em 5% as projeções de mercado.
A performance operacional surpreendeu positivamente, com aumento de margens, controle de custos e despesas abaixo do esperado, especialmente na geração de energia. Apesar de ter divulgado um prejuízo líquido contábil de R$ 1,325 bilhão, o mercado focou nos resultados operacionais e na expectativa de continuidade de ganhos de eficiência após a privatização.
Durante teleconferência, executivos afirmaram que a empresa está confortável com a liquidez do mercado e vem adotando estratégias para maximizar os ganhos com a venda de energia, especialmente no Sudeste e Nordeste, de olho nos riscos de descolamento entre submercados.
No plano internacional, o presidente Lula e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi conversaram por telefone sobre o impacto das tarifas unilaterais impostas pelos EUA. Ambos se comprometeram a intensificar a cooperação econômica e a fortalecer o comércio bilateral, com meta de atingir US$ 20 bilhões até 2030. Também discutiram integração entre sistemas de pagamento como o PIX e o UPI indiano. Lula articula com os Brics uma resposta coordenada às tarifas de 50% impostas por Trump, prometendo conversas com Xi Jinping e outros líderes do bloco.
As ações da Braskem (BRKM5) caíram 1,53% após a empresa divulgar um prejuízo de R$ 267 milhões no 2T25, ainda que tenha sido 93% menor que no ano anterior. O Ebitda caiu 74% em relação a 2024, e a receita líquida recuou 6%, frustrando as expectativas. A empresa negocia a venda de seus ativos nos EUA para a Unipar (UNIP6), em um negócio estimado em US$ 1 bilhão.
A Minerva (BEEF3) registrou lucro líquido de R$ 458,3 milhões, alta de 380% em relação ao mesmo período de 2024, mas suas ações recuaram 5,14%, refletindo movimentos técnicos e a proposta de redução de capital de R$ 577,3 milhões para compensar prejuízos acumulados.
A Hypera (HYPE3) reportou lucro de R$ 426 milhões, mas teve queda de 3,74% no pregão. Apesar do resultado positivo no trimestre, o lucro caiu 13,4% na base anual e o Ebitda recuou 3,9%. A empresa também anunciou emissão de R$ 1 bilhão em debêntures para resgatar títulos anteriores.
Já a Suzano (SUZB3) subiu 4,88%, impulsionada por anúncios de aumento de preços da celulose na Ásia e revisão do plano de investimentos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 6,1 bilhões no 2T25, 25% acima do trimestre anterior, com recuperação dos volumes e redução de custos. A empresa projeta produção de 13 milhões de toneladas nos próximos 12 meses, abaixo da capacidade nominal, e fechou acordo de troca de ativos com a Eldorado.
No cenário doméstico, o Senado aprovou o projeto que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, uma medida com potencial impacto sobre o consumo e a renda disponível da população de baixa renda.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• Eletrobras (ELET6): +9,60%
• Eletrobras (ELET3): +9,47%
• Smart Fit (SMFT3): +7,80%
• Cogna (COGN3): +5,32%
• Pão de Açúcar (PCAR3): +5,28%
Baixas
• Minerva (BEEF3): -5,14%
• Hypera (HYPE3): -3,74%
• Raízen (RAIZ4): -2,99%
• Totvs (TOTS3): -2,86%
• SLC Agrícola (SLCE3): -2,10%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
• Dow Jones: -0,51%
• Nasdaq: +0,35%
• S&P 500: -0,08%
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