Nesta segunda-feira (23), o Ibovespa iniciou o pregão com queda de 0,52%, aos 136.400 pontos, refletindo a apreensão dos investidores diante da escalada no conflito entre Israel e Irã e o recente envolvimento militar dos Estados Unidos. O cenário gera incertezas sobre a estabilidade geopolítica global e o possível impacto sobre os preços do petróleo — fator crítico para as expectativas inflacionárias e o ritmo da atividade econômica mundial.
No fim de semana, os EUA realizaram bombardeios contra três instalações nucleares no Irã, em uma ofensiva que o presidente Donald Trump classificou como “muito bem-sucedida”. Esta foi a primeira intervenção militar direta dos Estados Unidos no conflito em curso, que já dura mais de uma semana. Em resposta, o Irã prometeu “consequências duradouras” e afirmou que “todas as opções estão sobre a mesa” para defender sua soberania. O governo iraniano também enviou seu ministro das Relações Exteriores a Moscou nesta segunda-feira, em busca de apoio de Vladimir Putin.
O risco de um bloqueio no Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde circula cerca de 25% do comércio global de petróleo, acendeu alertas sobre disrupções no fornecimento global e alta nos preços da energia. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) chegou a comentar que a ameaça reforça a necessidade de o Brasil ampliar suas reservas de petróleo.
Além do agravamento do cenário geopolítico, os mercados globais acompanham, ao longo da semana, a divulgação de dados macroeconômicos relevantes, com destaque para os índices PMI dos Estados Unidos e os depoimentos do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso americano.
Nesta segunda-feira (23), às 10h45 (horário de Brasília), a S&P Global divulgará as prévias dos PMIs Industrial, Composto e de Serviços referentes a junho. No mês anterior, o PMI Industrial marcou 52,0 pontos — abaixo das expectativas —, enquanto o PMI Composto ficou em 53,0 e o PMI de Serviços, em 53,7 pontos, ambos ainda em território de expansão.
As incertezas decorrentes da crise no Oriente Médio somam-se ao risco de desaceleração da atividade, com os investidores atentos a qualquer sinal de retração na confiança de consumidores e empresas. Um eventual choque nos preços da energia pode pressionar a inflação e comprometer o consumo e os investimentos, dificultando a retomada econômica global.
Por volta das 10h36, as listas das maiores altas e baixas eram dominadas por:
Altas
- Petz (PETZ3): +2,74%
- SLC Agrícola (SLCE3): +1,73%
- Marfrig (MRFG3): +1,54%
Baixas
- Vamos (VAMO3): -3,80%
- Assaí (ASAI3): -3,25%
- Azzas (AZZA3): -2,78%
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