Ibovespa recua 0,69% com cautela nos EUA e desconfiança fiscal no Brasil

Nesta segunda-feira, 30 de setembro, o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 0,69%, atingindo 131.816 pontos. O índice foi pressionado ao longo do dia após Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), reforçar que a economia americana segue aquecida, indicando uma postura cautelosa em relação à redução dos juros nos Estados Unidos.

Durante um evento da Nabe, Powell destacou que as decisões sobre os juros serão guiadas por dados econômicos, com atenção aos próximos indicadores de emprego antes do encontro de novembro. Se tudo ocorrer conforme esperado, o Fed pode cortar os juros duas vezes ainda neste ano.

No cenário doméstico, o déficit do governo central, divulgado pelo Tesouro Nacional, elevou a desconfiança em relação à política fiscal brasileira. Em agosto, o déficit foi de R$ 22,4 bilhões, uma alta significativa em relação aos R$ 9,283 bilhões registrados em julho, segundo o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO).

No Ibovespa, as ações do Assaí (ASAI3) lideraram as perdas, caindo 8,01% a R$ 7,47 por ação após a companhia informar que recebeu um termo de arrolamento de ativos da Receita Federal no valor de R$ 1,265 bilhão. Entre os principais papéis do índice, Vale (VALE3) recuou 0,70% a R$ 63,51 , apesar da alta de mais de 10% no preço do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China.

Os grandes bancos pressionaram o Ibovespa para baixo. Bradesco (BBDC3) caiu 1,13%, enquanto as preferenciais (BBDC4) recuaram 1,61%. Itaú Unibanco (ITUB4) teve queda de 1,77%, Santander (SANB11) caiu 1,01%, e Banco do Brasil (BBAS3) fechou em leve baixa de 0,26%.

No cenário macroeconômico, o Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma nova elevação nas projeções para a taxa Selic em 2024, de 11,50% para 11,75%, enquanto as estimativas para IPCA, PIB e câmbio permaneceram inalteradas em relação à semana anterior.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim: