O Ibovespa encerrou esta terça-feira, 8, em queda de 0,13%, aos 139.303 pontos, pressionado por tensões externas e dados domésticos fracos. Em um pregão de liquidez ainda limitada, o mercado brasileiro refletiu o aumento da aversão ao risco global após novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que digeria os números do varejo nacional, que vieram abaixo das expectativas.
No cenário internacional, o anúncio do presidente Donald Trump de que pretende impor uma tarifa de 50% sobre o cobre importado gerou forte repercussão nos mercados. A medida afeta diretamente setores industriais e exportadores, além de reativar receios de uma nova rodada de guerras comerciais. A cautela dos investidores também se manteve elevada diante da expectativa por novos indicadores econômicos nos EUA ao longo da semana.
Internamente, o recuo de -0,20% nas vendas do varejo em maio surpreendeu negativamente, ficando abaixo das projeções de mercado e reforçando as dúvidas sobre a força da recuperação econômica brasileira no segundo semestre. Apesar da leve melhora no ambiente externo, o dólar Ptax encerrou o dia com leve alta de 0,03%, cotado a R$ 5,4571, refletindo um ajuste pontual após as recentes quedas.
Entre os destaques positivos do pregão, a Minerva (BEEF3) liderou os ganhos do Ibovespa, com valorização de 8,22%. O movimento reflete a melhora nas expectativas para o setor de proteínas, especialmente diante da recuperação das exportações da companhia e da reabertura de mercados estratégicos. O avanço também é visto como uma correção após um período de desempenho fraco, com o papel voltando a atrair o interesse dos investidores em meio à melhora nos fundamentos operacionais.
Na outra ponta, a maior queda do índice foi registrada pela WEG (WEGE3), que recuou 4,06%. A fabricante de equipamentos elétricos sofreu forte pressão após o anúncio da tarifa sobre o cobre pelos Estados Unidos, dado o impacto direto nos seus custos produtivos. Segundo relatório do UBS BB, o aumento nas tarifas pode representar um encarecimento entre 10% e 20% na cadeia de insumos da companhia, o que pode reduzir o lucro líquido projetado para 2026 em até 3,5%. Diante desse cenário, o mercado ajustou rapidamente as expectativas para os resultados futuros da empresa, pressionando as ações ao menor patamar desde meados de 2024.
O setor de commodities apresentou desempenho positivo, contribuindo para conter maiores perdas no índice. Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 2,52% e 1,44%, respectivamente, beneficiada pela alta no petróleo no mercado internacional. A Vale (VALE3) também teve leve valorização, de 0,35%, com os preços do minério de ferro mostrando resiliência após quedas recentes.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
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Minerva (BEEF3): +8,22%
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Brava Energia (BRAV3): +3,22%
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Prio (PRIO3): +3,16%
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Petrobras (PETR3): +2,52%
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Marfrig (MRFG3): +2,33%
Baixas
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Weg (WEGE3): -4,06%
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Azzas (AZZA3): -3,92%
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Raia Drogasil (RADL3): -3,79%
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Vamos (VAMO3): -3,47%
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BTG (BPAC11): -2,36%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
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Dow Jones: -0,37%
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Nasdaq: +0,03%
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S&P 500: -0,07%
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