O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (29) com leve avanço de 0,06%, aos 135.094 pontos, marcando a sétima alta consecutiva. O movimento ocorreu em meio a declarações do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a possibilidade de nova elevação da Selic, além da divulgação dos dados fiscais do Tesouro Nacional.
Segundo o Tesouro, o governo central registrou superávit primário de R$ 1,096 bilhão em março, revertendo o déficit de R$ 1,024 bilhão apurado no mesmo mês de 2024. Apesar da melhora, o resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava um saldo positivo de R$ 1,323 bilhão. Galípolo reforçou a perspectiva apresentada pelo Copom em março, quando a taxa Selic foi elevada em um ponto percentual, para 14,25% ao ano, e sinalizou um possível aumento mais moderado na reunião de maio. “Estamos reagindo a um cenário inflacionário desafiador, o que justifica a continuidade do ciclo”, afirmou durante coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira.
No exterior, os contratos futuros de petróleo encerraram o dia em forte queda, pressionados pela perspectiva de desaceleração da demanda global diante da escalada nas tensões comerciais. A atenção dos investidores também se volta para a reunião da Opep+ na próxima semana, onde há expectativa de aumento de produção superior a 400 mil barris por dia, com possibilidade de nova alta em junho. Nesse contexto, as ações da Petrobras encerraram o pregão em alta: PETR3 avançou 0,28%, enquanto PETR4 subiu 0,53%.
O ouro também registrou desvalorização nesta terça-feira, influenciado pelo otimismo moderado dos mercados diante da possibilidade de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reduzir tarifas sobre automóveis, o que pode aliviar parte das tensões comerciais globais.
No mercado doméstico, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos do dia, com valorização de 8,00%. Segundo operadores, os papéis têm oscilado fortemente nas últimas sessões, impulsionados por expectativas de fim do ciclo de alta de juros e por mudanças no conselho de administração da empresa. Na outra ponta, a Azul (AZUL4) protagonizou a maior queda do pregão, com baixa de 10,77%, ampliando as perdas desde o anúncio de seu aumento de capital. Nos últimos sete pregões, as ações acumulam queda superior a 39%.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• Pão de Açúcar (PCAR3): +8,00%
• Cogna (COGN3): +4,07%
• Prio (PRIO3): +2,51%
• Raízen (RAIZ4): +2,24%
• Yduqs (YDUQ3): +2,00%
Baixas
• Azul (AZUL4): -10,77%
• Caixa Seguridade (CXSE3): -4,24%
• Natura (NTCO3): -3,92%
• MRV (MRVE3): -3,80%
• Hapvida (HAPV3): -3,28%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:
• Dow Jones: +0,75%
• Nasdaq: +0,55%
• S&P 500: +0,58%