Ibovespa fecha em alta com sinais do Fed e força do setor de serviços

Fonte: Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa encerrou a sexta-feira (12) em alta de 0,99%, aos 160.766 pontos, em um pregão marcado pela melhora do humor externo e por uma leitura mais construtiva do cenário doméstico. O avanço do índice refletiu principalmente a percepção de que o Federal Reserve pode estender o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos ao longo dos próximos trimestres, ainda que os discursos recentes de dirigentes do banco central americano revelem divergências quanto ao ritmo e à intensidade desse movimento.

No Brasil, o pano de fundo macroeconômico também ajudou a sustentar os ativos locais. A Pesquisa Mensal de Serviços indicou crescimento de 0,3% em outubro na comparação com setembro e alta de 2,2% frente ao mesmo mês do ano anterior, resultado levemente acima das expectativas do mercado.

O crescimento do setor de serviços foi disseminado entre as atividades, com destaque para transportes, impulsionados pelo aumento do fluxo de passageiros no transporte aéreo e pelo escoamento da safra agrícola via transporte rodoviário. Os serviços de informação e comunicação também seguiram em expansão, sustentados pela demanda por tecnologia, digitalização e soluções em nuvem, tendência que permanece firme desde o pós-pandemia.

No cenário internacional, as atenções continuaram voltadas às falas de dirigentes do Federal Reserve. Enquanto alguns membros demonstraram maior preocupação com sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho americano, outros defenderam uma postura mais cautelosa no combate à inflação. Esse contraste reforça a percepção de que o ciclo de flexibilização monetária nos Estados Unidos tende a ser gradual e fortemente dependente dos dados. O fim do mandato de Jerome Powell em 2026 adiciona ainda um componente político às expectativas, já que uma eventual mudança na presidência do Fed pode alterar o viés da política monetária.

No mercado acionário brasileiro, o pregão foi marcado por movimentos relevantes em ações específicas. Os papéis de bancos ganharam força após a suspensão da aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, movimento interpretado como redução de ruído institucional e político. Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e BTG Pactual (BPAC11) aceleraram os ganhos, com destaque para o Bradesco, que avançou 0,65% após a Fitch revisar a perspectiva de rating para estável, citando melhora na rentabilidade e na qualidade dos ativos.

Entre as maiores altas do dia, a Vivara (VIVA3) teve desempenho positivo, com alta de 3,45%, apoiada na leitura favorável do mercado sobre a nomeação de novos executivos, vista como um reforço à estratégia de longo prazo da companhia. No setor de proteínas, o Santander revisou a recomendação da Marfrig (MBRF3) para desempenho acima da média, sustentado por demanda resiliente, custos mais baixos de grãos e mudança no perfil de consumo doméstico. Em contrapartida, o banco adotou postura mais cautelosa em relação à Minerva (BEEF3), diante da perspectiva de aperto no ciclo do gado em 2026. Com isso, as ações da Minerva recuaram 1,79%, enquanto as da Marfrig avançaram 1,07%.

A Suzano (SUZB3), por sua vez, figurou entre os piores desempenhos da sessão, com queda de 0,83%, após a reação negativa do mercado às discussões apresentadas em seu Investor Day. Ainda assim, analistas avaliaram que o movimento foi exagerado, reiterando recomendações de compra com base na disciplina de capital, nos custos competitivos e na forte geração de caixa da companhia. Na visão do mercado, o recuo reflete mais um ajuste pontual do que uma deterioração estrutural dos fundamentos.

No setor de concessões, a Motiva (MOTV3) foi destaque positivo, com alta de 3,36%, após vencer o leilão da rodovia Fernão Dias. A conquista ampliou sua presença geográfica e consolidou sua posição entre as maiores operadoras do país. A vitória foi bem recebida pelo mercado, que enxergou sinergias operacionais e expansão do portfólio, ainda que com retornos mais moderados em relação a projetos anteriores.

Entre os pesos-pesados do índice, a Petrobras (PETR4) avançou 1,06%, apesar da queda do petróleo no mercado internacional, enquanto a Vale (VALE3) recuou 0,06%, acompanhando nova rodada de realização no minério de ferro e dados mistos da economia chinesa. O movimento reforça a sensibilidade do Ibovespa ao cenário externo, especialmente às expectativas para a China e à dinâmica dos preços das commodities.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Hapvida (HAPV3): +5,45%

• Assaí (ASAI3): +4,19%

• Vivara (VIVA3): +3,45%

• Motiva (MOTV3): +3,36%

• Magalu (MGLU3): +3,03%


Baixas

• Cosan (CSAN3): -2,18%

• Minerva (BEEF3): -1,79%

• Raízen (RAIZ4): -1,16%

• Suzano (SUZB3): -0,83%

• CSN (CSNA3): -0,72%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (12/12):

• Segunda-Feira (08): +0,52%

• Terça-Feira (09): -0,13%

• Quarta-Feira (10): +0,69%

• Quinta-Feira (11): +0,07%

• Sexta-Feira (12): +0,99%

• Na semana: +2,16%

• Em dezembro: +1,07%

• No 4°tri./25: +9,94%

• Em 12 meses: +27,55%

• Em 2025: +33,66%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,51%

• Nasdaq: -1,69%

• S&P 500: -1,07%


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