O lucro líquido do Santander Brasil ficou praticamente estável no quarto trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, em R$ 3,88 bilhões. O banco aumentou em pouco mais de dez vezes a receita com intermediação financeira no período, faturando 71% a mais com operações de crédito, mas também registrou um forte aumento nas despesas.
Os números fazem referência ao resultado gerencial do Santander, que é ajustado para excluir despesas específicas e os efeitos de operações de hedge cambial sobre o lucro do período. Sob o resultado contábil, que não faz este tipo de ajuste, o lucro do Santander encolheu 1,6% no quarto trimestre do ano passado em relação a um ano antes, para R$ 3,79 bilhões.
No quarto trimestre do ano passado, o Santander Brasil registrou R$ 19,5 bilhões em despesas de intermediação financeira. As operações de captação no mercado sozinhas responderam por 61% deste valor. No último trimestre de 2020, esta linha do resultado havia sido inteiramente diferente, pois o banco registrou na época ganho em operações de captação.
As despesas operacionais do Santander também aumentaram, em 27%, para R$ 4,76 bilhões. O banco atribuiu esta expansão ao crescimento dos negócios, devido aos maiores gastos com aquisição de clientes – propaganda, promoções e publicidade, por exemplo -, ao aumento de produção e volume de transações, e a investimentos em novos negócios. com resultado dos maiores gastos com campanhas de final de ano.
O retorno sobre o patrimônio líquido do Santander, no entanto, cresceu, alcançando 20,0% no quarto trimestre de 2021, ante 19,1% em relação a igual período de 2020.
Operações de crédito
A carteira de crédito do Santander aumentou 11,8% no último trimestre do ano passado quando comparada ao mesmo intervalo de 2020, para R$ 536,5 bilhões. Todos os segmentos registraram expansão, com destaque para o de pessoas físicas, que concentra a maior parte dos empréstimos: ali a carteira cresceu 20,6%, para R$ 210,2 bilhões.
Carteira de crédito para pessoa física do Santander ao fim do 4º trimestre de 2021

Junto com o aumento na carteira de crédito, porém, também houve alta na taxa de inadimplência. Os pagamentos com atraso superior a 90 dias passaram a representar 2,7% da carteira de crédito, mais que os 2,1% observados no final de 2020. Considerando os atrasos acima de 60 dias, o crescimento foi maior, de 0,8 ponto porcentual (pp), para 3,4%.
A expansão da carteira de crédito e o aumento dos níveis de inadimplência elevaram em 28% as despesas do Santander com créditos de liquidação duvidosa no quarto trimestre de 2021 em relação ao ano anterior, para R$ 3,69 bilhões.
Com isso, o dinheiro que o banco separa para cobrir perdas com empréstimos aumentou 8,2% na mesma base de comparação, para R$ 27,131 bilhões. O valor é 3,2 vezes maior que o necessário para fazer esta cobertura, mas este indicador também piorou – no quarto trimestre de 2020 ele estava em quase 4 vezes.
Evolução da inadimplência acima de 90 dias de Pessoas Físicas (PF) e Pessoas Jurídicas (PJ)
