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Goldman Sachs vê Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) buscando mais lucratividade

Mudança vem após longo período em que crescimento era prioridade; ações estão entre as maiores altas do Ibovespa

Foto: Divulgação

Depois de passarem um longo período focando no crescimento de suas plataformas de marketplace, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) adotaram recentemente estratégias que deslocam o foco de ambas para a lucratividade das operações, segundo analistas do Goldman Sachs em relatório distribuído nesta segunda-feira (31). O banco recomenda compra de Magazine Luiza e venda das ações da Via.

No pregão de hoje, as duas companhias figuram entre as maiores altas do Ibovespa: por volta das 16h10, Magazine Luiza subia 4,77%, cotada a R$ 7,03, enquanto Via avançava 3,94%, a R$ 4,75. Outros players analisados pelo Goldman no mesmo relatório também subiam: Americanas (AMER3) tinha alta de 1,40%, a R$ 31,85, enquanto Mercado Livre (MELI), negociado em Nova York, subia 6,23%, a US$ 1.114,01.

A mudança de foco de dois dos maiores players do marketplace brasileiro vem em meio a um cenário de alta no custo de capital e enfraquecimento da demanda, diz o banco, e se dá por meio de mudanças nas políticas de taxas para vendedores, frete grátis e subsídios.

Além de Magalu e Via, Americanas e Mercado Livre também vêm implementando mudanças em suas políticas. Os analistas notam, porém, que as alterações têm caráter diferente para empresas com maior dependência de bens duráveis de ticket médio mais alto, como Via e Magalu, e companhias com maior diversificação no mix de produtos, como Mercado Livre e Americanas.

“Para Magazine Luiza e Via, o foco parece ter claramente mudado do crescimento para proteção ou retomada de lucratividade”, diz o banco, com as empresas lançando mão de aumento de taxas para vendedores e redução de subsídios para frete grátis em uma tentativa de proteger as margens.

A Americanas, por sua vez, parece ter como foco o desenvolvimento de sua oferta de produtos da chamada “cauda longa” – com menor demanda, mas difíceis de encontrar – e o incentivo da adoção de sua estrutura de logística. Nesse sentido, a companhia anunciou a adoção de uma política de precificação baseada em categorias de produto, em um esforço para diversificar a oferta e melhorar a experiência de compra dos usuários.

O Mercado Livre, por sua vez, está apostando na monetização de sua estrutura de logística, o que indica que está mais avançado nessa frente do que seus concorrentes. A partir de março, a companhia passará a adotar uma política de cobrança pelos produtos que os vendedores mantém em seu estoque.

Avaliação das ações

Considerando tudo isso, o Goldman tem recomendação de compra para Mercado Livre e Magazine Luiza, enquanto recomenda a manutenção das ações da Americanas na carteira e a venda dos papéis da Via.

O preço-alvo para Magalu foi reduzido para R$ 10, de R$ 12, mas o banco afirma que ainda vê espaço para ganho de participação na operação de varejo físico, o que deve ser capaz de compensar um crescimento mais lento do marketplace.

O banco aponta que a ação da empresa pode ter um desempenho abaixo do previsto caso haja aumento na concorrência no marketplace; sejam necessários investimentos maiores do que o esperado, pressionando margens, fluxo de caixa e lucro; se houver riscos de execução na aceleração do crescimento do 3P; e se os custos de logística ficarem acima do previsto.

Na visão do banco, Mercado Livre é a companhia mais bem posicionada para navegar o ambiente econômico atual, devido à escala de ser marketplace e de sua oferta de logística, além de seu mix de produtos bem diversificado. O Goldman aponta ainda para oportunidades adicionais de monetização do e-commerce, não só por meio da estrutura de logística, mas também em iniciativas de publicidade.

A ação recebeu preço-alvo de US$ 1.700, mas pode sofrer com a volatilidade cambial; com o aumento da concorrência; e com investimentos maiores do que o esperado, segundo o banco.

Ainda que a classificação neutra tenha sido mantida para Americanas, o Goldman reconhece que as recentes mudanças adotadas pela empresa são encorajadoras: “A fusão das operações online e offline dá mais flexibilidade financeira para a empresa perseguir suas estratégias de crescimento”, explica. O banco elevou seu preço-alvo para a companhia para R$ 40, de R$ 36.

Os principais fatores que podem fazer a empresa ter desempenho acima do projetado são um crescimento maior do volume total de vendas (GMV); crescimento mais rápido nas margens, permitindo reduzir o endividamento e aumentar os lucros antes do previsto; resultados positivos para a Ame Digital; e mais sinergias vindas da integração das operações online e offline.

Os maiores riscos de uma performance inferior, por sua vez, são um aumento da concorrência e nos custos com a estrutura de delivery e com as iniciativas onmicanal; expansão menor do que a prevista e lentidão na maturidade de lojas físicas; aumento nas despesas com a Ame Digital; e riscos de execução em fusões e aquisições.

Para a Via, o novo preço-alvo é de R$ 4,3, ante R$ 4,7. Os principais fatores que podem fazer a empresa superar as projeções são melhorias na execução; ganhos de participação principalmente no varejo físico; crescimento mais rápido do que o esperado da plataforma online.

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