Cade aprova fusão entre Unidas (LCAM3) e Localiza (RENT3); ações sobem mais de 4%

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a fusão entre Unidas pela Localiza, mas determinou que as empresas cumpram algumas restrições para o negócio ir adiante, como havia sido sugerido pela superintendência-geral do órgão em setembro.

O aval do Cade foi bem recebido pelo mercado. Por volta das 13h50, as ações da Unidas (LCAM3) subiam 4,79%, a R$ 26,71, e as da Localiza (RENT3) tinham alta de 3,86%, a R$ 59,71.

O acordo entre as duas empresas previa, em seus termos iniciais, que os acionistas da Unidas recebessem aproximadamente 0,45 ação ordinária da Localiza para cada ação da Unidas. Ao fim da transação, os atuais acionistas da Localiza teriam aproximadamente 76,9% do capital social da nova companhia que se formasse, e os da Unidas os 23,1% restantes.

A expectativa das companhias é de que a combinação dos negócios gere aumento de eficiência operacional, com potenciais benefícios para os clientes.

O Cade, no entanto, determinou que alguns requisitos devem ser cumpridos antes de a operação prosseguir. A mais importante delas é que a Localiza está obrigada a vender a marca Unidas, “que poderá ser utilizada pelo comprador ou por um dos compradores alternativos” nos setores de locação de veículos, gestão de frota de terceiros, venda de veículos usados ou quaisquer outras atividades.

Além disso, a companhia resultante terá de vender ativos das duas empresas, como veículos da frota e agências em diversos municípios e aeroportos. O objetivo é evitar uma alta concentração no setor e favorecer um ambiente de competição.

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As companhias disseram num fato relevante enviado à CVM que “estão em processo de negociação com potenciais interessados e que permanecerão operando com autonomia e independência até o fechamento da operação”.

Outras restrições

Outro ponto que Localiza e Unidas devem acatar é a recusa a exercer o direito de não concorrência que havia sido acertado com a Vanguard, empresa norte-americana de aluguel de carros. Desta forma, se a Vanguard decidir entrar no mercado brasileiro, teria condições de rivalizar com a Localiza.

Além disso, as companhias devem se comprometer a não realizar outras aquisições por um período de três anos no mercado de locação de veículos. E, pelo prazo de cinco anos, as empresas devem notificar o Cade sobre qualquer compra relacionada ao mercado de gestão de frota de terceiros no Brasil, independentemente do faturamento da empresa-alvo ou seu grupo econômico.

As empresas também terão limites em sua exposição em plataformas de comparação de preços. Elas não poderão usar mais do que quatro marcas nestas ferramentas.