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Bank of America “volta atrás” e passa a recomendar compra da Marfrig (MRFG3); ação sobe 4,61%

A empresa, que comprou 32,98% da BRF, poderá adquirir a totalidade das ações caso a "pílula do veneno" seja acionada

A Marfrig, uma das principais altas da Bolsa nesta quarta-feira, dia 8 de dezembro, voltou a estar entre as empresas recomendadas pelos analistas do Bank of America para compra do papel. 

Há sete meses, no dia 24 de maio, o banco havia rebaixado a companhia de alimentos, de recomendação de compra para uma posição neutra, após a Marfrig ter adquirido 32,98% da BRF, com a possibilidade de as duas se fundirem, caso a BRF acione a chamada “pílula do veneno”. 

A pílula do veneno é um mecanismo de mercado usado pelas empresas para evitar a tomada de controle do negócio. Nesse caso, a BRF determinou que, se a Marfrig chegasse a ter 33,33% do negócio, ou um terço, ela teria de fazer uma oferta pelo restante da empresa a um preço 40% superior à média das ações dos últimos 30 pregões e 120 pregões. 

Se a Marfrig seguisse esse caminho, com os preços da BRF à época, teria um gasto adicional de R$ 21 bilhões, calcula o BofA. Com a incorporação total da BRF, o múltiplo da dívida líquida da Marfrig estimada para 2022, em relação ao Ebitda, seria de mais de cinco vezes, afirma o banco. 

De lá para cá, porém, as contas do BofA mudaram. A própria projeção para o Ebitda foi elevada em 70% para 2022, para R$ 8,8 bilhões, com a empresa beneficiada pela desvalorização do real. Além disso, as ações da BRF caíram 30%, o que tornaria mais barata uma possível aquisição, pela Marfrig, do restante da empresa. 

Segundo o BofA, com os novos preços, a Marfrig teria de desembolsar R$ 18,7 bilhões para ser dona de toda a BRF. Com isso, o múltiplo da dívida líquida em relação ao Ebitda ficaria em quatro vezes. 

“É um nível que acreditamos ser relativamente mais confortável, uma vez que a empresa tem alternativas de financiamento, com uma possível listagem da National Beef, como já anteriormente declarado pela administração”, afirmam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares. 

Por outro lado, diz o banco, se a Marfrig não fizer a aquisição da BRF, a empresa poderá continuar a devolver caixa aos acionistas, como fez em 2021. 

Com a volta da recomendação de compra, o BofA agora estima preço-alvo de R$ 34 para a Marfrig, de R$ 29,5 na projeção anterior. Por volta das 13h46, a ação era negociada a R$ 22,23, em alta de 4,61%.

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