TradeLetter #11 – Inflação americana desanima, a brasileira pianinho, ElonXAlexandrecoin e outras aberrações do mundo cripto

Aqui está, saindo quentinha do forno, mais uma edição da TradeLetter, a mais divertida newsletter de notícias do mercado financeiro.

Nesta edição, vamos olhar em retrospecto para tudo que de mais interessante aconteceu na última semana. Bora lá?

E os troféus de maiores altas e maiores baixas do ano vão para…

🥇 EMBR3 = +41,85%

🥈 RRRP3 = +33,37%

🥉 CIEL3 = +21,82%

👎 MRVE3 = -40,61%

👎👎 BHIA3 = -39,72%

👎👎👎 COGN3 = -37,25%

E lá fora?

Dow Jones  = +0,78%

S&P-500 = +7,41%

Nasdaq = +7,75%

Dólar Ptax = +6,10%

*Dados do ano até o fechamento de 12/04/2024.

Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa!

O que vai acontecer com Petrobras, hein?!

Olha a fofoquinha…

Após os ocorridos da semana passada, em que as ações de Petrobras passaram por um sobe e desce amalucado, fruto dos rumores envolvendo a volta dos dividendos extraordinários e a menção ao nome de Mercadante, a trama dessa novela ganhou um ar mais misterioso no capítulo.

No último domingo, o presidente Lula convocou uma misteriosa reunião na qual, segundo fofoqueiros de plantão, o futuro da direção da gigante petrolífera seria decidido.

O bate-papo, no entanto, foi cancelado em virtude, óbvio, do vazamento da agenda; mas, de acordo com fontes, esse encontro iria contar com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Pra completar o ar de mistério, na última quarta-feira (10), o presidente do BNDS, Aloizio Mercadante, se esquivou de responder a jornalistas sobre a situação da Petrobras.

Em uma reunião coletiva convocada para falar sobre o lançamento de um edital do banco de R$ 60 milhões voltado a projetos de pesquisa e proteção de corais na costa brasileira, quando o assunto Petrobras foi trazido à mesa, Mercadante foi suscinto em dizer que não entraria em “outras pautas”.

Pra fechar o capítulo de maneira dramática, Mercadante saiu apressado da sala enquanto funcionários do BNDES impediram que jornalistas fizessem o mesmo para interceptá-lo nos corredores.

E aí, o que será que vem por aí?

Inflação abaixo da expectativa em março

Dizem que pra descer todo santo ajuda. Aparentemente esse ditado tem se provado verdadeiro quando a pauta é a inflação aqui no Brasil.

Desacelerando com cada vez mais força, em março o IPCA atingiu o nível mais fraco em oito meses, com a taxa em 12 meses indo abaixo de 4% pela primeira vez desde julho do ano passado.

O índice subiu 0,16% em março, depois de uma alta de 0,83% em fevereiro, ficando abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters que previu o avanço de 0,25% no mês.

Estando abaixo de 4% pela primeira vez desde julho do ano passado, o mercado já começa a especular que o Banco Central pode aliviar um pouco seu ciclo de afrouxamento monetário.

Vale lembrar que o centro da meta para a inflação este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Dentro da banda de 1,5 já estamos. Será que chegamos aos 3%?

NOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

0,1 ponto percentual, 0,1 ponto percentual… bastou isso para jogar um banho de água fria no mercado mundial.

Investidores do mundo todo, ansiosos pela divulgação do CPI (Consumer Price Index) de março, foram surpreendidos com o dado da inflação americana acima do projetado por analistas e economistas.

Esperada por todas no patamar de 0,3%, o índice teimou a vir em 0,4% — sim, 0,1 ponto percentual acima do previsto! E isso foi o suficiente para abalar a confiança do mercado e colocar em xeque a possibilidade de cortes antecipados dos juros americanos.

De acordo com analistas, sem uma reversão da atual dinâmica, o Fed sem dúvidas terá dificuldades em entregar os 3 cortes projetados para o ano de 2024.

NO, GOD! PLEASE!

A terceira guerra mundial será travada com armas nucleares. A quarta, com memecoins…

Não vou tecer comentários políticos sobre o acalorado e inusitado debate entre o jurista e magistrado Alexandre Moraes e o bilionário excêntrico Elon Musk. Sinto sono só de imaginar!

Tampouco é do meu interesse realizar uma cobertura ou retrospectiva dos fatos. Antes, meu intuito aqui é comentar um peculiar evento que está ocorrendo, longe dos holofotes, mas ainda assim que está dando o que falar — a memecoin do momento: ElonXAlexrande!

Inusitada a começar pelo nome, a memecoin foi criada pela BNB no último domingo (7). A essa altura, ElonXAlexandre valia míseros US$ 0,0002 (R$0,0010). Conforme o debate foi crescendo, o preço da cripto foi aumentando, e aumentando, e aumentado… até que na terça (9), a cripto saltou para o patamar de US$ 0,0034  (R$ 0,0170), uma expressiva valorização de 1.600%. Sim, 1.600%!

Vale lembrar que ElonXAlexandre não foi a primeira memecoin criada motivada por discussões políticas. A blockchain da Solana tornou-se um “centro partidário”, vamos dizer assim, como memecoins pra todos os espectros do diagrama de Nolan.

Uma das memecoins mais proeminentes nesta categoria é a “Jeo Boden”, um token baseado no presidente dos EUA, Joe Biden. A moeda experimentou um surpreendente aumento de 830% a cerca de um mês atrás, com o volume diário de negociação ultrapassando US$ 23 milhões. Outro caso notável é o da “MAGA”, inspirada no slogan da campanha do ex-presidente Donald Trump  —  “Make America Great Again”. A moeda teve um crescimento substancial, com sua capitalização de mercado atingindo US$ 272 milhões também nesse ano.

Ainda mais notável foi o caso da memecoin criada inspirada na democrata Elizabeth Warren (WHOREN) que após lançamento teve uma valorização de mais de 140% em 24 horas. O lançamento dessa cripto, apesar de bem-sucedido, gerou um bafafá danado, já que além da sátira, a memecoin ofendia a senadora, através de um trocadilho com a palavra “whore”. Not cool, buddies. Not cool…

Curiosidades à parte, ElonXAlexandre é só uma prova de que o mercado financeiro é cheio de excentricidades e extravagâncias. E pensar que eu e você estamos suando pra ganhar do CDI, hein?!

Monetizar é o X da questão

Polemista como é, Elon Musk tem conseguido manter o X (antigo Twitter) no noticiário com frequência desde que o adquiriu por US$ 44 bi lá em 2022. O grande problema é o que ele tem feito com a plataforma desde então.

O X vem perdendo cada vez mais usuários desde 2022. Só nos Estados Unidos são 23% de daily users, de acordo com um levantamento da Sensor Tower, uma empresa que monitora redes sociais. Segundo a Reuters, desde a aquisição da plataforma, a receita mensal de publicidade nos EUA diminuiu pelo menos 55% a cada mês em termos anuais.

No Brasil, não há dados auditados sobre a receita publicitária destinada a redes sociais. Mas o próprio resultado da empresa de Musk também confirma esse encolhimento. Além disso, agências de publicidade e de mídia digital afirmam que o X perdeu, sim, espaço nas estratégias dos grandes clientes.

E como audiência é o nome do jogo quando se pensa em publicidade, a rede social também tem visto sua receita encolher.

Mas sabe como é, né? Pra bilionário tudo é tanto faz… Eu e você é que não podemos nos dar o luxo de perder dinheiro!

Hora de dar tchau!

Por hoje é só, galerinha!

Vou aproveitar pra comprar umas ElonXAlexandre pra mim e torcer que esses dois continuem se engalfinhando…

Vejo você na próxima sexta!

TradeLetter, você mais informado em 5 minutos!

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