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Bitcoin sob pressão: juros e inflação dos EUA devem trazer nova onda de volatilidade

Alívio momentâneo deve se dissipar com anúncio de ata do Federal Reserve e dados de preços americanos

Foto: Shutterstock

Após semanas de quedas e alta volatilidade, o mercado de criptoativos parece ter encontrado a estabilidade. Mas o alívio deve ser momentâneo, e analistas apontam que o quadro tende a piorar antes se estabelecer no campo positivo.

O Bitcoin (BTC) tem se mantido na faixa de US$ 30 mil após mergulhar e bater em US$ 26 mil no dia 12 de maio. A resistência, porém, não evitou que a maior criptomoeda em capitalização registrasse a oitava semana seguida de desvalorização – o maior período desde 2013, segundo dados da CoinGlass.

Por volta das 11h, o BTC registrava alta de 1,58% em 24 horas, cotado a US$ 30.488. O bom humor se espalhava para as altcoins. O Ethereum (ETH) subia 2,08%, a US$ 2.059, enquanto o XRP registrava ala de 1,68%, a US$ 0.42, conforme dados da CoinMarketCap.

A resistência no atual patamar é reforçada por notícias positivas na China. Em visita à Ásia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou está considerando retirada de tarifas impostas às importações chinesas no governo de Donald Trump.

Já Pequim anunciou no fim da semana passada a retirada de medidas de restrição em Xangai, o maior centro financeiro do país, com o recuo de casos de Covid-19. O governo chinês também informou a redução de taxas de juros no longo prazo como meio de estimular a economia combalida pelo recrudescimento da pandemia.

A divulgação de dados da inflação americana e dos rumos dos juros deve voltar a trazer pressão sobre o mercado nessa semana. Na quarta-feira (25), o Federal Reserve, o banco central dos EUA, publica nota sobre a última reunião do Fomc (comitê de política monetária), que encerrou com a alta de 0,50 ponto percentual na taxa de juros.

Já na sexta-feira (27), serão divulgados dados do PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal) de abril, o indicador mais visado pelo Fed no desenho da política monetária.

“Devemos ter estabilidade entre hoje e amanhã, mas a partir de quarta, após a divulgação da ata, a tendência é de bastante movimentação no mercado”, afirma Virgílio Lage, especialista em criptomoedas da Valor Investimentos.

Para o analista, a despeito do atual clima positivo, a tendência é ainda para a queda dos ativos. Caso a faixa de US$ 30 mil seja perdida, Lage estima que o BTC vá testar a resistência de US$ 23 mil a US$ 25 mil – conforme a cotação dos contratos futuros da criptomoeda.

O valor é semelhante ao estimado pela Glassnode, provedora de dados de blockchain, ao longo dos próximos meses, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (23). Usando como base os dados de mercados de derivativos, a instituição prevê mais turbulências pelo caminho, com a cotação tendendo a se aproximar de US$ 15 mil.

“[…] os mercados de opções continuam a precificar a incerteza de curto prazo e o risco de queda, especialmente nos próximos três a seis meses. A volatilidade implícita experimentou um aumento significativo na semana passada durante a liquidação do mercado.”

 

 

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