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Bitcoin despenca e vai a US$ 26 mil em novo dia de sangria no mercado cripto

O fundo do poço pode não ter sido encontrado ainda, principalmente pelo alto grau de incertezas que paira sobre mercado internacional

Foto: Shutterstock

O mercado de criptomoedas segue afundando nesta quinta-feira (12) e arrasta o Bitcoin (BTC) ao pior patamar desde o fim de 2020 com a perda momentânea do suporte de US$ 27 mil. O clima negativo é reflexo da fuga de investidores de ativos de risco, mesmo fator que derruba os mercados tradicionais, intensificado no mundo digital pelo colapso da blockchain Terra.

Por volta das 13h20 (de Brasília), o BTC registrava pequena reação com alta de 1,68% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 29.593, conforme dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

A maior moeda digital em capitalização chegou a bater US$ 26.345 na mínima do dia, o pior patamar desde 27 de dezembro de 2020, quando caiu para US$ 26.513.

O fundo do poço pode não ter sido encontrado ainda, principalmente pelo alto grau de incertezas que paira sobre o mercado internacional.

“Nos próximos dias, vai ser importante manter esses níveis de preço, mas qualquer notícia negativa para o macro pode trazer ainda mais volatilidade e derrubar o Bitcoin para a casa dos US$ 22 mil”, afirmou Felipe Medeiros, analista e sócio da Quantzed Criptos, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores.

“Podemos ver futuramente um doloroso teste de US$ 30 mil, especialmente se Wall Street continuar balançando”, escreveram analitas da CoinMarketCap em nota aos investidores na noite desta quarta-feira (11).

A maré pessimista também derruba as altcoins, vistas pelos investidores como ainda mais voláteis. Na mesma hora, o Ethereum (ETH), segundo principal criptoativo, registrava queda de 11,83%, a US$ 1.966, enquanto a Solana (SOL) despencava 15,71%, cotada a US$ 46,34, segundo a CoinDesk.

Segundo Pedro De Luca, head de cripto da Levante Ideias de Investimentos, o movimento de liquidez deve ser destrinchado entre os investidores pessoa física e os institucionais, e a categoria de ativo. No caso da Terra (LUNA), a derrocada levou à fuga em massa de ambos.

Já o BTC, que serve como referência no mercado, é impactado mais pela saída dos pequenos investidores, justamente os que possuem maior probabilidade de migrar em um momento de crise. O mesmo movimento não é percebido entre os institucionais, geralmente mais propensos a segurar os ativos mirando o longo prazo.

“As carteiras de fundos que temos acesso seguem estáveis”, disse, com base em dados coletados até a véspera. “Parece ser mais um movimento do mercado de varejo.”

A confiança dos players institucionais foi corroborada pela XP nesta manhã ao apresentar os detalhes da XTAGE, a sua nova tentativa de ingressar no mercado de criptos.

Para Bruno Constantino, CFO da XP, o potencial de crescimento do mercado de ativos digitais no longo prazo se sobressai ao atual clima negativo. “É um projeto de longuíssimo prazo. O preço de mercado agora é irrelevante para a decisão de lançamento”, afirmou, em coletiva à imprensa.

Alta da inflação nos EUA afugenta investidores

A intensificação das perdas no mercado de ativos digitais ocorre após dados apontarem para a alta da inflação nos Estados Unidos. Dados do PPI (índice de preços ao produtor) divulgados na manhã desta quinta mostram o avanço de 0,5% em abril ante março, em linha ao esperado pelos analistas.

Ontem, a publicação do CPI (índice de preços ao consumidor) revelou uma desaceleração no mês passado com avanço de 0,3%, mas acima das previsões do mercado.

Os números abalam a credibilidade dos investidores no Federal Reserve, o Banco Central americano, manter a alta dos juros no atual ritmo de 0,50 ponto percentual e aumenta o temor pelos efeitos econômicos negativos em uma eventual escalada na taxa.

O mercado tem analisado nos últimos meses a correlação entre o movimento dos ativos digitais com a Nasdaq, a bolsa que concentra as empresas de tecnologia nos EUA, também sujeita aos impactos em momentos de fuga dos investidores de produtos que apresentam maior risco.

“Por ser um mercado de risco, com o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, nós também vemos a Nasdaq caindo, e o mercado vem seguindo esse movimento”, afirma Luca, da Levante Ideias de Investimentos.

Terra segue em queda livre

A Terraform Labs, responsável pela gestão da altcoin Terra (LUNA) e da stablecoin TerraUSD (UST), virou o centro das atenções dos investidores desde o domingo (8) e apontada como um dos maiores vetores que pressionam o mercado.

O colapso da blockchain tem origem em seu complexo sistema onde uma moeda dá suporte para a outra.

Stablecoins, ou “moedas estáveis”, são ativos criptografados que buscam lastros em ativos “mundo real” (moedas, ouro, commodities), que tendem a não mostrar tanta volatilidade quanto as outras criptomoedas. 

O UST, porém, é baseado em um sistema de algoritmos que busca a sua paridade com a cripto-irmã Terra. Em suma, quando um UST é emitido, a blockchain queima US$ 1 em LUNA. A lógica também vale para ao inverso: quando uma unidade de LUNA é cunhada, uma de UST é apagada do sistema.

Seguindo esta lógica, quando a cotação do UST cai para menos de US$ 1, os investidores são incentivados a comprar LUNA, já que o movimento irá diminuir a circulação da stablecoin e forçará o seu preço para cima.

No domingo, uma forte retirada de UST do mercado quebrou a paridade de 1:1. O abismo foi se intensificando nas horas seguintes, e chegou ao piso de US$ 0,29 nesta quarta. O grau de desconfiança do mercado levou à liquidação das posições de LUNA e UST, dando ainda mais fôlego para a desvalorização dos ativos.

No início desta tarde, a Terra registrava baixa de 99,47% em 24 horas, cotada a US$ 0,01. Já a paridade da UST havia recuperado para US$ 0,40, segundo dados da CoinMarketCap.

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