Morgan Housel é sócio de um dos maiores fundos dos Estados Unidos, The Collaborative Fund, e lançou o que eu considero ser um dos melhores livros do mercado, “A Psicologia Financeira”, em março de 2021.
O livro trata de finanças comportamentais, com lições importantes sobre fortuna, dinheiro e felicidade.
Sempre que lidamos com dinheiro, desde finanças pessoais básicas até decisões de negócios, tendemos a buscar explicações matemáticas, utilizando fórmulas e dados para encontrar alguma solução viável que nos tranquilize. A leitura é responsável por quebrar esse paradigma, já que o fator psicológico dentro dos mercados é muito mais potente do que qualquer planilha construída em Excel.
Quando você vai tomar alguma decisão em relação ao seu dinheiro, você costuma ter com base fórmulas e números ou conversas com parentes e amigos?
Para explicar a importância da psicologia dentro dos investimentos, Housel utiliza alguns drivers de sucesso e fracasso, oferecendo aprendizados que conduzem o leitor a administrar melhor as suas finanças. Afinal, aprendizado se conquista com experiência (sim, até mesmo com a dos outros).
Um dos maiores exemplos de sucesso mencionados no livro trata da questão da paciência nos mercados e é conceituado em torno de um dos maiores investidores do mundo da atualidade, Warren Buffett.
Cerca de 95% do patrimônio de Buffett foi construído após seus 65 anos. Isso aconteceu por que ele ganhou uma bolada de um dia para o outro? Não, ele simplesmente foi PACIENTE e soube (e ainda sabe) da importância de deixar seu dinheiro aplicado pelo máximo de tempo possível, em vista a fazer jus à fórmula dos juros compostos, em que o tempo é a potência.
E não precisa ser nenhum gênio para saber isso. O problema é que as pessoas não têm vontade nem paciência para construir um patrimônio de longo prazo. A maioria é imediatista e quer ficar rica da noite para o dia. E todos nós sabemos onde essa história resulta.
No caso de Warren Buffett, o fator psicológico é muito mais relevante que qualquer outro, já que é preciso estar com a mente treinada para aguentar a volatilidade de mais de 20 anos de mercado e, lá na frente, poder usufruir da fortuna sempre desejada.
Logicamente, é preciso entender o que se está comprando e o porquê do investimento. Entretanto, a fórmula para você conquistar o mercado está no seu comportamento e não em questões matemáticas.
Ter o controle do seu próprio tempo é a melhor coisa que você pode fazer. A forma mais elevada da riqueza é acordar pensando “Hoje, eu posso fazer o que quiser”.
As pessoas querem se tornar ricas para serem mais felizes, entretanto, não sabem que, se existe um denominador comum na felicidade, é ter LIBERDADE e poder controlar a própria vida. A possibilidade de fazer o que quiser, quando quiser, pelo tempo que quiser não tem preço. É o maior dividendo que o dinheiro pode pagar.
E o livro articula isso de forma bem simples: o dinheiro é o MEIO e não o FIM. Pessoas buscam soluções no dinheiro que não vão encontrar. Ele é o meio para você realizar as coisas que você quer, mas nunca o FIM que você pode desejar.
No livro ‘’30 Lessons for Living ‘’, Karl Pillermen entrevistou mil idosos em busca das lições mais importantes da sua vida. Eeis os resultados:
“Ninguém disse que para ser feliz é preciso trabalhar o máximo que puder para ganhar dinheiro e comprar tudo o que deseja;
Ninguém disse que é importante ser ao menos tão rico quanto as pessoas ao seu redor;
Ninguém disse que é preciso escolher a sua carreira com base no quanto você espera de salário;
E isso tudo está por trás da maneira como lidamos o dinheiro”.
O dinheiro nunca pode ser o FIM. Ele é o MEIO.