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Por Giácomo Diniz

Colunista de ações da Agência TradeMap

Graduado em Economia pela FEA-USP e com MBA pela FIA, trabalha e investe no mercado há mais de 20 anos. Atua como professor de finanças e investimentos em instituições como B3 Educação, FIA, Apimec, Saint Paul e Ibmec e como consultor para gestão de grandes fortunas e fundos de pensão. Publica conteúdo financeiro no YouTube  do TradeMap.

ETFs, um atalho para começar a investir em Bolsa? Entenda como

ETFs

Foto: Pixabay

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Hoje já mais populares, os ETFs (Exchange Traded Funds), fundos de índices com cotas negociadas em bolsa, existem no Brasil desde 2014 e representam um dos avanços na oferta de produtos pelo mercado de capitais nos últimos anos.

Neste artigo, vamos abordar as características e as vantagens desse tipo de investimento.

O que são ETFs?

Para entender a estrutura de um ETF, é importante saber como um fundo de investimentos funciona. Trata-se de um condomínio (com CNPJ próprio) que tem como objetivo aplicar o dinheiro dos investidores (ou cotistas) no mercado financeiro. Isso é feito de acordo com uma política de investimentos predeterminada.

O responsável técnico e legal por essas operações é o gestor do fundo. Além dele, todo fundo de investimento necessita de um administrador, que fica a cargo do controle e da tesouraria do fundo.

Cada ETF possui um código, como uma ação, e pode ser negociado diariamente por qualquer investidor. Os ETFs têm sempre como objetivo entregar retornos semelhantes aos de algum indexador previsto na política de investimento.

Quais são as vantagens de investir via ETFs?

Estamos falando de um produto extremamente popular nos Estados Unidos. Para você ter uma ideia, o SPY, que replica o desempenho do índice S&P 500, é o maior fundo americano negociado em bolsa. Na primeira semana de janeiro, tinha um patrimônio de um pouco mais de US$ 450 bilhões. Um único fundo!

A maioria dos ETFs disponíveis no Brasil tem como política de investimento replicar a carteira de algum índice de ações predeterminado. Por exemplo, o ETF mais líquido da B3 é o iShares Ibovespa Fundo de Índice (BOVA11), gerido pela BlackRock. Com cerca de R$ 17 bilhões de patrimônio, esse fundo tem por objetivo entregar uma rentabilidade muito próxima do Ibovespa, espelhando a carteira do principal índice da B3.

Sabendo disso, é possível afirmar que a grande vantagem para o investidor que compra ETFs é o acesso a diversificação. Hoje, com algo próximo a R$ 100, você poderia investir em uma carteira com mais de 90 ativos. Lembrando que a carteira teórica do Ibovespa passa por revisões quadrimestrais.

Saiba mais:
O que são ETFs e como acessá-los pelo TradeMap?

Esse é apenas um exemplo dos vários ETFs disponíveis na B3. Inclusive não existe só o BOVA11 que replica o Ibovespa: há também o BBOV, o IBOB e o BOVB, entre outros. Todos possuem o mesmo objetivo – replicar o desempenho do principal índice da Bolsa brasileira –, porém são de gestores diferentes.

O investidor que comprar qualquer um dos ETFs apontados buscará um retorno similar ao do Ibovespa.

Quais são os custos para investir em um ETF?

Todo fundo de investimento possui uma taxa de administração que é calculada sobre o valor do patrimônio do fundo. No caso dos fundos listados, o valor pelo qual você compra e vende as cotas na Bolsa já considera esses débitos e, por isso, esse custo acaba ficando diluído.

Mas é importante ficar atento, porque há diferenças entre os valores cobrados de acordo com a instituição gestora do fundo. Por exemplo, a taxa de administração anual do BOVA11, da BlackRock, é 0,1%; a do BBOV11, do BB DTVM, 0,18%; e a do XBOV11, da Caixa Econômica Federal, é de 0,5%. E todos visam espelhar o desempenho do Ibovespa.

Além da taxa de administração, o investidor paga para a corretora e para a B3 os mesmos custos de transação que teria na negociação de uma ação. Então a corretagem e os emolumentos são os principais custos para se investir nessa modalidade de fundo.

É possível afirmar que os ETFs são uma excelente alternativa para o investidor iniciante?

Minha experiência mostra que um dos principais gargalos para a entrada de novos investidores na Bolsa é a dificuldade técnica encontrada para selecionar quais os melhores ativos para investir.

Realmente, ser um investidor de Bolsa bem-sucedido demanda experiência e estudo.

Podemos considerar o investimento em ETF como um atalho para essa dificuldade. Nesse caso, o investidor está fazendo um investimento temático. Ele opta por associar os seus retornos ao de um índice de referência e, por isso, a análise fica muito mais simples.

Sendo assim, qualquer pessoa iniciante no mercado de capitais que deseje ficar investida na Bolsa pode fazer isso comprando um ETF diversificado.

Ao escolher esse tipo de produto, o retorno do seu investimento será muito parecido com o retorno do índice espelhado no fundo. Isso vale tanto na alegria quanto na tristeza.

Na prática, significa dizer que, depois de ganhar cerca de 30%, em 2019, com um ETF que replique o Ibovespa, você teria perdido algo perto de 12%, em 2021.

Resgatando a ideia do investimento temático, a indústria de ETFs tem trabalhado para aumentar a variedade de temas. Você pode ir além dos disponíveis no Brasil e optar por BDRs de fundos estrangeiros. Esse é um assunto tão empolgante que farei questão de dedicar um artigo só para ele. Aguardem!

Gostaria de concluir nossa missão de hoje afirmando que, sim, é possível comprar ETF pelo TradeMap na B3. Já pensou em diversificar mais os seus investimentos?

Também não deixe de conferir a minha trilha no canal do Trademap no Youtube.

*As opiniões, informações e eventuais recomendações que constem dos artigos publicados pela Agência TradeMap são de inteira responsabilidade de cada um dos articulistas. Os textos não refletem necessariamente as posições do TradeMap ou de seus controladores.

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