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Fotos dos Colunistas Professor Giacomo

Por Giácomo Diniz

Colunista de ações da Agência TradeMap

Graduado em Economia pela FEA-USP e com MBA pela FIA, trabalha e investe no mercado há mais de 20 anos. Atua como professor de finanças e investimentos em instituições como B3 Educação, FIA, Apimec, Saint Paul e Ibmec e como consultor para gestão de grandes fortunas e fundos de pensão. Publica conteúdo financeiro no YouTube  do TradeMap.

Diversificar e calibrar: dois conceitos-chave para uma carteira “ideal” de ações

Carteira de ações

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No artigo de hoje, gostaria de abordar um pouco do tema gestão de carteiras. Particularmente, acho este um dos assuntos mais espinhosos do universo financeiro. Para uma análise aprofundada, exige-se um estudo avançado de estatística e álgebra linear. Mas claro que isso não nos impede de versar um pouco sobre o que o investidor iniciante precisa saber a respeito do assunto. Para começar, é importante compreender dois conceitos: correlação e diversificação.

Diversificação

Hoje em dia, qualquer investidor pode comprar ações com muito pouco dinheiro, devido à oferta fracionada de papéis. Com o chamado mercado fracionário, não existe mais valor mínimo para a aquisição desses títulos.

Assim, há caminhos para uma variedade de ações na carteira, ou seja, a possibilidade de fazer uma boa diversificação. Gosto de ter no mínimo sete e no máximo dez ativos na carteira de ações. Mais do que isso é muito difícil de acompanhar de uma maneira adequada.

É verdade que o número em si não é importante para termos uma seleção adequada, porque uma boa diversificação depende de um conceito estatístico muito simples chamado correlação.

Correlação

Dois ativos são correlacionados quando os seus movimentos são interdependentes. Por exemplo, os preços da ação de uma empresa exportadora possuem alta correlação com a cotação do dólar. Aqui o entendimento é fácil. Quanto mais caro o dólar, mais a empresa ganha (em real) com as suas vendas para o exterior.

Por outro lado, os preços dos itens de uma empresa importadora possuem um comportamento inverso. Isso também é lógico, pois os seus custos de aquisição estão atrelados à moeda estrangeira.

Dessa forma, as cotações de uma empresa exportadora têm correlação positiva com o dólar e negativa com as importadoras. Segundo a mesma lógica, empresas importadoras possuem correlação negativa com o preço do dólar e das exportadoras.

O funcionamento da diversificação depende da existência da correlação entre os ativos. Seguindo o raciocínio mencionado, quando você tem metade dos recursos em empresas exportadoras e a outra metade em importadoras, há a minimização do risco cambial da sua carteira. Dessa forma, a variação do dólar fica mais irrelevante para os seus investimentos.

Como afirmar que uma carteira é diversificada?

Voltando ao número mágico, quando falo de sete ativos, estou assumindo que foi realizado um estudo da correlação entre eles. A diversificação só será efetiva se existir correlação negativa entre os ativos. Isso explica por que uma carteira com ações de sete bancos, na prática, é muito pouco diversificada.

Leia mais: É hora de migrar seus investimentos da Bolsa para a renda fixa?

Como definir o peso de cada ativo?

Para falar do conceito de calibragem e peso, vamos supor uma carteira de R$ 10 mil. Se colocarmos R$ 1 mil em uma ação, o peso dela no portfólio será de 10%. Sugiro que inicie seus investimentos usando pesos constantes. Isso significa que você tem que recalibrar periodicamente os percentuais iniciais de cada uma das ações na carteira, considerando a valorização ou desvalorização ocorrida.

Depois, ao estudar uma empresa e acreditar nela, não vale a pena reservar, para a ação, um valor baixo, que represente menos de 3% do patrimônio investido. Neste caso, seria mais vantajoso aplicar em um fundo ETF (Exchange Traded Funds). Falaremos mais sobre as vantagens dessa modalidade em um outro artigo.

Como fazer uma recalibragem?

Como deve ser o processo de recalibragem se uma ação se valoriza muito comparada às outras e desequilibra os pesos da carteira?

Primeiramente, revisões da carteira com periodicidade muito curta, abaixo de seis meses, devem ser evitada. Minha experiência diz que, se feito dessa forma, o visado equilíbrio pode ser perdido e a calibragem tende a ser menos eficiente.

Proponho o uso do bom senso sempre, porque as condições de mercado podem variar muito. Entendo que algo entre duas e quatro revisões anuais seja adequado.

Como selecionar ações?

Este ponto sempre será o mais desafiador para qualquer tipo de investidor! Para tal, o Trademap disponibilizou um curso inteiramente gratuito para você conhecer os sete passos para estruturar uma tese de investimentos. Fiz com muito carinho e espero que ajude a dar passos largos nesse universo.

*As opiniões, informações e eventuais recomendações que constem dos artigos publicados pela Agência TradeMap são de inteira responsabilidade de cada um dos articulistas. Os textos não refletem necessariamente as posições do TradeMap ou de seus controladores.

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