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Ganesh Inocalla Colunista TradeMap 1

Por Ganesh Inocalla

Analista CNPI e colunista de ações da Agência TradeMap

Membro da equipe do Canal EconoMirna no Youtube, no qual produz vídeos sobre ações e fundos imobiliários. Publica ainda conteúdos diários sobre investimentos em seu instagram.

Davi contra Golias: as vantagens do investidor pessoa física para acessar small caps

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O tema de hoje é como o pequeno investidor (nosso Davi) pode ter benefícios no mercado pelo simples fato de não ser um grande investidor institucional (Golias).

Uma das vantagens que o investidor pessoa física tem é aplicar em ações small caps. Paradoxalmente, ainda são poucos os que se beneficiam delas. Boa parte do público de varejo tende a focar em empresas large caps, como Magazine Luiza, Petrobras e Itaú. Ao não terem ações small caps em seus portfólios, perdem a possibilidade de alcançar lucros extraordinários.

O que são ações small caps?

Todos sabemos que “Small” pode ser traduzido como pequeno ou baixo. “Cap” advém de capitalização. Ou seja, ações small caps são empresas de baixa capitalização, o que significa que têm pequeno valor de mercado.

Embora não haja uma definição rígida de small caps, utiliza-se comumente o valor de mercado entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões. Dessa forma, são companhias menores, mas que não necessariamente têm menor potencial de retorno. Pelo contrário, muitas vezes, exatamente por serem menores, possuem elevado potencial de retorno e de crescimento.

Não fique refém

As pessoas só investem no que conhecem ou ouviram falar. Acontece que a grande mídia muitas vezes só cobre empresas de alto valor de mercado. A todo momento, vemos notícia sobre Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, mas nos chegam poucas sobre Cyrela Commercial Properties, Tupy, Brasil Agro, Romi, Trisul ou Kepler Weber.

Geralmente, são empresas fora do radar, de forma que existem mais chances de haver uma discrepância entre o preço da ação negociado na bolsa e o valor intrínseco da empresa (o quanto ela vale de fato).

Ações small caps geram menor engajamento do público em geral. As pessoas estão, muitas vezes, mais interessadas na política de preços da Petrobras do que nos projetos da Tupy. Vira um ciclo: investidores demandam mais informações de large caps, e mais notícias de large caps são publicadas. Logo, há menos incentivos para se publicarem matérias sobre pequenas empresas quase desconhecidas.

Desatenção dos tubarões como oportunidade

Ações small caps recebem menor atenção de grandes gestoras de fundos de investimentos, em especial as ligadas a grandes bancos. O patrimônio gerido por grandes fundos é tão grande (na faixa de bilhões) que muitas vezes eles não conseguem sequer montar uma posição em ações com baixo valor de mercado.

Empresas small caps às vezes negociam R$ 10 milhões ou menos por dia. Como um fundo de investimento com R$ 6 bilhões vai conseguir montar uma posição razoável sem mexer com os preços da ação?! Não tem como.

Além disso, mesmo que os fundos de investimento consigam montar uma posição, ela representará um valor muito pequeno do patrimônio líquido dele. Eventual ganho com uma ação desse tipo seria muito pouco para fundos de investimentos muito grandes. Outra razão para a desatenção dos tubarões.

Resumindo, empresas small caps têm menor liquidez. Entretanto, isso não necessariamente é ruim para o investidor pessoa física. Na verdade, pode ser uma vantagem e uma oportunidade.

O investidor pessoa física não tem a mesma obrigação que um fundo de investimento no que tange ao saque dos cotistas. Muitas vezes, especialmente em mercados de baixa, cotistas fazem resgates, de forma que o fundo de investimento é obrigado a se desfazer de posições.

Já a pessoa física, desde que saiba o que está fazendo, não é obrigada a se desfazer de posições somente porque a bolsa entrou em uma tendência negativa. Pode inclusive aumenta-lás, comprando mais ações de boas empresas small caps.

Valor de mercado versus risco

Outro ponto que é comum escutar no mercado financeiro é que as ações small caps são mais arriscadas que as large caps. Mesmo que algumas sejam mais voláteis, o risco do investimento advém, em grande medida, de quanto o investidor ou o gestor sabe o que está fazendo.

Risco independe se a ação é small ou large cap. Tendo uma boa estratégia, o investidor minimiza o risco ao comprar boas empresas rentáveis, que tenham balanços sólidos, a bons preços.

Por fim, o potencial de crescimento de small caps é maior justamente porque são empresas pequenas. Uma small cap que aumenta o market share de 2% para 4% cresce algo em torno de 100%.

A ação large cap que tem participação de 40%, se crescer os mesmos 2%, avança somente 5%. Empresas que já são imensas, assim, têm mais dificuldades de dobrarem ou triplicarem de tamanho. Já as menores, não. Essas podem se multiplicar por 10, 20 vezes, pois há uma avenida maior de crescimento.

Recado final

Se você investe diretamente em ações da Bolsa, vale a pena ter uma parte da carteira em small caps. Investidor pessoa física (Davi) não tem as mesmas obrigações e restrições dos grandes fundos de investimento (Golias). Aproveite para investir em papéis fora do radar que tenham potencial imenso de crescimento e de multiplicação do patrimônio. A queda da Bolsa em 2021 abriu várias oportunidades para isso.

*As opiniões, informações e eventuais recomendações que constem dos artigos publicados pela Agência TradeMap são de inteira responsabilidade de cada um dos articulistas. Os textos não refletem necessariamente as posições do TradeMap ou de seus controladores.

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