Com a chegada de outubro, os investidores estão atentos aos fatores que podem impactar a Bolsa de Valores nos próximos dias. Após um setembro positivo para o Ibovespa, o cenário global e doméstico promete continuar oferecendo oportunidades e desafios. Vamos explorar o contexto econômico atual, tendências globais e setores que devem estar no radar dos investidores.
Contexto econômico atual
Setembro foi marcado por uma alta de 3,57% no Ibovespa, encerrando o mês em 104.745 pontos. O desempenho foi influenciado por dois grandes movimentos. Na primeira quinzena, o otimismo prevaleceu com a desaceleração das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, o que impulsionou os mercados globais.
No entanto, a segunda quinzena foi mais volátil, com a possibilidade de pausa no ciclo de cortes de juros nos EUA e tensões geopolíticas no Oriente Médio, incluindo a abertura do processo de impeachment do presidente americano.
No Brasil, o corte de 0,5% na taxa Selic trouxe perspectivas de juros mais baixos por um período mais longo, o que sustentou o desempenho positivo do Ibovespa. A expectativa de mais dois cortes de 0,5% até o fim do ano, levando a Selic a 4,5%, aumenta o apetite pelo mercado de ações. A aprovação da reforma da previdência no Senado, esperada para a primeira quinzena de outubro, também contribui para o otimismo.
Tendências globais
O cenário internacional segue instável, especialmente com a escalada de tensões no Oriente Médio. O conflito entre Irã e Israel tem causado impactos significativos nos preços do petróleo, que subiram mais de 5% no início de outubro, impulsionando as ações de empresas como a Petrobras, que registrou alta de 2,67%. No entanto, essa alta do petróleo também pode elevar as preocupações com a inflação global, especialmente nos EUA e na Europa.
Outro fator a ser observado é o mercado de trabalho americano, que segue forte apesar de sinais de desaceleração econômica. Greves de trabalhadores portuários nos EUA também podem afetar o comércio global, trazendo riscos adicionais.
Já os estímulos econômicos recentemente adotados pela China já tiveram impacto positivo nas bolsas asiáticas e podem influenciar diretamente o mercado brasileiro, especialmente as empresas ligadas ao setor de mineração. É importante destacar que a Vale (VALE3), maior peso no Ibovespa, é fortemente influenciada pelos indicadores econômicos chineses.
Se a China apresentar sinais de crescimento nos setores imobiliários, o preço das ações da Vale pode voltar a alcançar R$ 70,00, segundo especialistas. Além da Vale, outras empresas ligadas ao minério de ferro, como CSN Mineração (CMIN3) e Usiminas (USIM5), também podem se beneficiar desse cenário.
Perspectivas para o mercado interno
No Brasil, o fiscal continua sendo uma preocupação central. O bloqueio de R$ 13,3 bilhões no orçamento anunciado pelo governo federal trouxe algum alívio para os investidores, mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a necessidade de um “choque fiscal positivo” para garantir juros mais baixos no futuro. O desempenho das commodities, especialmente petróleo e minério de ferro, segue como um fator–chave para a bolsa brasileira.
Setores em foco
Com o petróleo em alta, o setor de energia, especialmente empresas como Petrobras e PRIO, deve continuar em destaque. Além disso, o setor de construção, representado por empresas como MRV, mostra sinais de otimismo, com fundamentos sólidos e boas perspectivas de retorno. Já o setor de aviação, com, entre outras, Azul e Gol, pode enfrentar dificuldades com o aumento dos preços dos combustíveis.
Próximas semanas
O mês de outubro promete ser intenso, e os investidores devem ficar atentos tanto às questões globais, como a guerra no Oriente Médio e dados econômicos dos EUA, quanto aos desdobramentos internos no Brasil, incluindo a continuidade da agenda de reformas e a evolução dos indicadores econômicos.
Os balanços do terceiro trimestre também terão destaque em outubro, com grandes empresas como Vale (VALE3), Suzano (SUZB3), Weg (WEGE3), Bradesco (BBDC4) e Ambev (ABEV3) divulgando seus resultados. Investidores estarão de olho para verificar se essas companhias estão aproveitando o crescimento econômico brasileiro e aprimorando sua eficiência operacional.
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