B3 amplia presença em criptoativos com contratos futuros de Ethereum e Solana

A B3, principal bolsa de valores do Brasil, está ampliando sua atuação no mercado de criptoativos com o lançamento dos contratos futuros de Ethereum (ETR) e Solana (SOL). A estreia está prevista para o dia 16 de junho, após aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A medida representa uma ampliação da atuação da bolsa no mercado de criptomoedas, que teve início em 2023 com os contratos futuros de Bitcoin (BITFUT), cuja performance superou as expectativas iniciais.

Segundo Marcos Skistymas, diretor de Produtos da B3, a criação desses novos instrumentos atende à demanda crescente por produtos ligados à tecnologia blockchain. A estratégia da bolsa é seguir uma abordagem gradualista, acompanhando o comportamento dos investidores e avaliando a liquidez dos produtos já em circulação antes de lançar novos ativos.

Contratos futuros em dólar: alinhamento com o padrão internacional

Diferentemente do contrato futuro de Bitcoin, que é negociado em reais, os futuros de Ethereum e Solana serão denominados em dólar. Essa mudança segue a lógica dos índices de referência utilizados — Nasdaq Ether Reference Price e Nasdaq Solana Reference Price — e busca aproximar o mercado brasileiro dos padrões globais. Além de facilitar a comparação com o cenário internacional, a adoção do dólar como base pode, no futuro, influenciar a padronização dos demais contratos futuros de criptoativos oferecidos pela B3.

Acessibilidade e diversificação para investidores

Os novos contratos foram desenhados com foco na acessibilidade. No caso do Ethereum, cada contrato representará 0,25 ETH, enquanto o contrato de Solana equivalerá a 5 SOL. O valor médio de exposição será em torno de US$ 1.000 por contrato, tornando o produto atrativo tanto para investidores institucionais quanto para o varejo. Pensando especialmente em traders de curto prazo, como os de day trade, a B3 estabeleceu margens de garantia reduzidas — R$ 40,00 para Ethereum e R$ 60,00 para Solana.

Além de permitir exposição ao mercado cripto de forma regulada, os contratos futuros oferecem ferramentas para proteção contra volatilidade, realização de operações alavancadas e montagem de estratégias mais sofisticadas. Com a diversidade de ativos, os investidores poderão, por exemplo, montar posições vendidas em uma criptomoeda e compradas em outra, abrindo espaço para operações mais refinadas.

Redução no contrato futuro de Bitcoin

Outra novidade é a redução no tamanho do contrato futuro de Bitcoin, também a partir de 16 de junho. O contrato, que antes equivalia a 0,1 BTC (cerca de R$ 53 mil), passará a representar 0,01 BTC (aproximadamente R$ 5,3 mil). A medida visa ampliar a base de investidores, tornando o produto mais acessível e aumentando sua liquidez, ao mesmo tempo em que reduz custos operacionais.

Entendendo os ativos: Ethereum e Solana

Ethereum e Solana são duas das blockchains mais relevantes da atualidade, cada uma com propostas tecnológicas distintas. Criado em 2015 por Vitalik Buterin e outros cofundadores, o Ethereum consolidou-se como a principal rede para contratos inteligentes, aplicativos descentralizados (dApps), finanças descentralizadas (DeFi) e tokens não fungíveis (NFTs). Sua transição para o modelo de consenso Proof-of-Stake (PoS), por meio da atualização Ethereum 2.0, trouxe melhorias em escalabilidade e eficiência energética.

A Solana, por sua vez, surgiu em 2020 como uma resposta às limitações de escalabilidade do Ethereum. Com um modelo inovador, a blockchain criada por Anatoly Yakovenko oferece transações extremamente rápidas e com taxas reduzidas. Essa eficiência a tornou uma das preferidas para projetos voltados a DeFi e NFTs, e hoje ela figura entre as maiores criptomoedas em valor de mercado.

Enquanto o Ethereum se destaca por sua segurança e ampla adoção institucional, Solana brilha pela performance e capacidade de suportar altos volumes de transações. Ambas as plataformas são consideradas pilares do ecossistema cripto atual e representam visões complementares sobre como estruturar uma blockchain moderna.

Ethereum lidera investimentos em maio

Em maio de 2025, o Ethereum se destacou como o ativo com melhor desempenho, com uma valorização de 43,93% no mês, superando o Bitcoin que avançou 12,48%. O principal catalisador desse movimento foi a atualização Pectra, que ampliou o limite de staking da rede e trouxe ganhos relevantes em eficiência. Outro fator importante foi a aprovação inicial, por parte da SEC americana, dos primeiros ETFs à vista de Ethereum, o que sinalizou uma maior institucionalização do ativo e atraiu novos fluxos de capital. Parte da valorização também refletiu uma correção técnica, uma vez que o ETH estava sendo negociado a preços relativamente baixos em comparação ao Bitcoin.

Um novo ciclo de sofisticação no mercado brasileiro

Com essas movimentações, a B3 sinaliza seu compromisso em acompanhar as tendências internacionais do mercado de criptoativos, oferecendo produtos regulados, inovadores e adaptados à realidade dos investidores brasileiros. A chegada dos futuros de Ethereum e Solana marca uma nova etapa de sofisticação e amadurecimento do setor no país, abrindo caminho para estratégias mais avançadas e uma integração mais sólida do mercado local ao ecossistema global de criptoativos.

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