OCDE aumenta projeção para crescimento do PIB global

Projeta-se uma expansão de 5,8% para o PIB neste ano e de 4,4% em 2022

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta segunda-feira, 31, seu relatório de perspectivas econômicas, em que prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) global crescerá 5,8% em 2021, contra a antiga projeção de 5,6% de expansão. 

O Panorama Econômico da OCDE é uma análise semestral das principais tendências e perspectivas econômicas globais para os próximos dois anos, de produção, emprego, gastos do governo, preços e saldos correntes. 

Para o próximo ano, as estimativas subiram 0,4 ponto percentual (p.p), para 4,4%, em uma recuperação “significativa, mas desigual” entre países e setores, segundo a organização. 

Embora a recuperação traga a maior parte do mundo de volta aos níveis de PIB pré-pandêmico até o final de 2022, isso é longe de ser o suficiente. A economia global permanece abaixo de sua trajetória de crescimento pré-pandêmica e, em muitos países da OCDE, os padrões de vida até o final de 2022 não retornarão aos níveis esperados antes da pandemia, disse a entidade no documento. 

De acordo com a instituição, apesar das estimativas de que nações desenvolvidas completarão os seus programas de vacinação contra a covid-19 até o quarto trimestre de 2021, a maior parte das emergentes deve lidar com restrições geradas pela pandemia por mais tempo. 

A economia mundial caminha atualmente para a recuperação, com muitos atritos. O risco de que o crescimento pós-pandêmico suficiente não seja alcançado ou amplamente compartilhado é elevado”, afirmou.

Previsões para os países da OCDE

Espera-se que os países exportadores de commodities serão beneficiados pelas altas nos preços, enquanto economias baseadas no turismo se recuperarão de forma mais lenta.  

Quanto ao mercado de trabalho, o documento espera uma melhora gradual, com a taxa de desemprego nas economias da OCDE caindo cerca de 1% ao longo do período projetado, ainda acima do nível anterior à pandemia. 

Entretanto, aproximadamente 7,5 milhões de pessoas somaram-se à quantidade de desempregadas em março, com aumento as taxas de inatividade, com mulheres, jovens e trabalhadores de baixa renda como foco para o risco de perda de empregos durante a pandemia.   

A OCDE ainda projeta que um fortalecimento do comércio global neste ano, apesar da atividade “persistentemente fraca” do setor de serviços.  

Já a produção em alguns países, especialmente na China, já ultrapassou os níveis pré-pandemia, com expectativa de que ocorra o mesmo para o PIB global e a produção dos Estados Unidos em meados de 2021. 

No Brasil 

Apesar de um elevado número de casos e mortes por covid-19, a economia brasileira se recuperou fortemente no final de 2020. Entretanto, com o ressurgimento do vírus, as renovadas restrições e a lenta implementação da vacinação, esta recuperação tem sido desacelerada.  

As taxas de juros básicas começaram a subir por conta de uma inflação mais alta, que deve superar a meta durante o período de projeçãoainda que as taxas de juros reais ainda estejam baixas.  

Projeta-se que o PIB do país chegará a 3,7% em 2021 e 2,5% em 2022, impulsionado pelo aumento progressivo do consumo e investimento das famílias. 

Com uma dívida pública que chegará a 90% do PIB até o final de 2022, segundo a OCDE, o espaço fiscal se torna limitado. 

Estima-se uma forte recuperação econômica na segunda metade deste ano, liderada pelo consumo das famílias e pelas exportações. 

Foto: Depositphotos

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