Ibovespa renova recorde histórico em meio à expectativa por corte de juros nos EUA

Fonte: Shutterstock/NikoNomad

O Ibovespa encerrou a terça-feira (28) em alta de 0,31%, aos 147.429 pontos, renovando o maior fechamento da história e alcançando pela primeira vez o patamar dos 147 mil pontos. O avanço refletiu o otimismo dos investidores na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), com expectativa de novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, mesmo diante do shutdown que tem atrasado a divulgação de dados econômicos.

O clima de otimismo também foi alimentado por sinais de reaproximação comercial entre Brasil e EUA, após o encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump. Analistas avaliam que a melhora do ambiente político e econômico pode favorecer o fluxo de investimentos e reduzir a volatilidade nos mercados locais. Além disso, Washington estuda suspender temporariamente tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros enquanto negocia um acordo mais amplo.

Durante viagem à Ásia, Trump voltou a criticar o presidente do Fed, Jerome Powell, chamando-o de “incompetente” e sinalizando sua substituição em 2025. O republicano afirmou que há uma lista de candidatos ao comando da autoridade monetária, reforçando as incertezas no cenário norte-americano. Paralelamente, Trump e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram um acordo para cooperação em terras raras e tecnologia nuclear, reduzindo a dependência global da China e abrindo espaço para novas parcerias estratégicas.

No noticiário corporativo, a Petrobras (PETR4) confirmou que apresentará seu Plano Estratégico 2026–2030 em 27 de novembro. Fontes indicam corte de mais de US$ 8 bilhões nos investimentos diante da queda do petróleo. A presidente Magda Chambriard destacou a eficiência do FPSO Almirante Tamandaré, cuja capacidade subiu para 270 mil barris/dia sem novos aportes. O petróleo, no entanto, recuou: o WTI caiu 1,86%, a US$ 60,17, e o Brent perdeu 1,63%, a US$ 63,84, pressionados por temores de excesso de oferta e tensões no Oriente Médio. As ações da Petrobras (PETR4) fecharam praticamente estáveis (-0,03%).

A Vale (VALE3) avançou 0,88%, após o presidente Gustavo Pimenta descartar novas fusões e aquisições, destacando foco no desenvolvimento dos próprios ativos minerários. Já a MBRF (MBRF3) disparou 15,63%, liderando o Ibovespa, impulsionada pelo acordo com o fundo soberano da Arábia Saudita (PIF) para criação da Sadia Halal, joint venture avaliada em US$ 2,07 bilhões. O projeto prevê IPO na Bolsa de Riad a partir de 2027 e consolida a presença do grupo em mercados islâmicos. Analistas consideram o movimento positivo por destravar valor e reduzir a alavancagem da companhia, embora parte do potencial já esteja precificado.

No varejo, C&A (CEAB3) recuou 3,32% com preocupações sobre o impacto do clima frio nas vendas de primavera. Segundo a XP Investimentos, temperaturas até 2°C abaixo da média em outubro reduziram a procura por roupas leves.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Marfrig (MBRF3): +15,63%

• Cogna (COGN3): +3,77%

• Embraer (EMBR3): +3,10%

• CSN Mineração (CMIN3): +2,76%

• Totvs (TOTS3): +2,57%


Baixas

• Auren (AURE3): -6,12%

• C&A Modas (CEAB3): -3,32%

• CVC (CVCB3): -3,23%

• Equatorial (EQTL3): -3,19%

• MRV (MRVE3): -2,90%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (28/10):

• Segunda-Feira (27): +0,55%

• Terça-Feira (28): +0,31%

• Na semana: +0,86%

• Em outubro./2025: +0,82%

• No 4°tri./25: +0,82%

• Em 2025: +22,57%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,34%

• Nasdaq: +0,80%

• S&P 500: +0,23%


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