Cautela global e ajustes internos marcam queda do Ibovespa

Fonte: Shutterstock/Immersion Imagery

O Ibovespa encerrou a terça-feira (21) em queda de 0,29%, aos 144.085 pontos, em um pregão marcado pela cautela no Brasil e no exterior. As atenções dos investidores se voltaram para as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e para o shutdown do governo americano, ainda sem solução. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, visitou Israel e afirmou estar “otimista” com a continuidade do cessar-fogo entre Israel e Hamas, o que reduziu parte da aversão ao risco.

Segundo analistas, o possível fim da paralisação do governo americano “retira um risco, mas dificilmente impulsiona uma alta sustentada nas bolsas”. Além disso, o mercado monitorou dados operacionais da Vale (VALE3), falas de bancos centrais e as declarações do ministro Fernando Haddad, que garantiu a definição do Orçamento de 2026 ainda nesta semana.

Em Washington, analistas seguem atentos ao Federal Reserve, que pode cortar os juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa para o intervalo entre 3,75% e 4% ao ano. No Brasil, a redução de R$ 0,14 por litro no preço da gasolina pela Petrobras trouxe alívio à curva de juros, com queda nas taxas dos contratos de DI futuro.

Haddad confirmou que o governo enviará dois projetos de lei ao Congresso para substituir a MP 1303, que perdeu validade e tratava da tributação de apostas online e aplicações financeiras. A medida tinha impacto fiscal estimado em R$ 36,2 bilhões em 2026, e o governo agora busca alternativas para recompor a arrecadação.

Entre as empresas, a Embraer (EMBR3) anunciou recorde histórico de backlog de US$ 31,3 bilhões, alta de 38% em um ano, com forte demanda em aviação comercial e executiva, o que fez o papel subir 5,12%.

A Vamos (VAMO3) divulgou prévia operacional positiva, com receita líquida de R$ 1,53 bilhão (+25,2% em um ano) e alta de 6,90% nas ações, liderando as valorizações do dia.

Na ponta oposta, a Brava Energia (BRAV3) recuou 5,84% após anunciar reestruturação organizacional e a saída de dois diretores, incluindo o CFO. A XP avaliou que a ausência de substitutos imediatos aumenta a incerteza de curto prazo, mas destacou o esforço da empresa por eficiência.

A Petrobras (PETR4) caiu 0,81%, mas analistas seguem confiantes na sustentabilidade dos dividendos, desde que o novo plano de negócios 2026–2030 priorize controle de gastos.

A Vale (VALE3) fechou em queda de 0,16%, com expectativa positiva para o relatório de produção que será divulgado nesta terça (21). Projeções indicam alta de até 3,3% na produção trimestral, com o minério sustentado acima de US$ 90 por tonelada.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Vamos (VAMO3): +6,90%

• Embraer (EMBR3): +5,12%

• Raízen (RAIZ4): +4,35%

• Cosan (CSAN3): +2,74%

• Braskem (BRKM5): +2,52%


Baixas

• Brava Energia (BRAV3): -5,84%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,24%

• B3 (B3SA3): -2,61%

• CSN Mineração (CMIN3): -2,23%

• Vibra (VBBR3): -1,48%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (21/10):

• Segunda-Feira (20): +0,77%

• Terça-Feira (21): -0,29%

• Na semana: +0,48%

• Em outubro./2025: -1,47%

• No 4°tri./25: -1,47%

• Em 2025: +19,79%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: +0,47%

• Nasdaq: -0,16%

• S&P 500: 0,00%


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