O Ibovespa encerrou a quinta-feira (9) em baixa de 0,31%, aos 141.708 pontos, pressionado pelo recuo das ações da Petrobras e pelo agravamento do cenário político em Brasília.
O fim da guerra entre Israel e Hamas, confirmado nesta quinta, reduziu o risco de interrupções na oferta de petróleo no Oriente Médio e derrubou as cotações internacionais da commodity. O Brent caiu 1,66%, a US$ 65,15, enquanto o WTI recuou 1,74%, a US$ 61,46 o barril. O movimento afetou diretamente as ações do setor: Petrobras (PETR4) perdeu 1,44%, Prio (PRIO3) recuou 0,96% e Brava (BRAV3) despencou 5,09%.
No campo político, o mercado reagiu à derrubada da MP 1.303, que tratava da taxação de aplicações financeiras e era vista como essencial para o ajuste fiscal do governo. A decisão representou uma derrota significativa para o presidente Lula, que classificou o episódio como “triste” e prometeu insistir na tributação dos mais ricos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará novas propostas para recompor a arrecadação e manter o equilíbrio das contas públicas.
Na economia, o IPCA avançou 0,48% em setembro, abaixo das projeções (0,52%), mas foi o maior resultado para o mês desde 2021, acumulando 5,17% em 12 meses. O diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, reforçou o discurso de cautela ao afirmar que a economia “opera acima do nível sustentável” e que o BC pode voltar a elevar a Selic se necessário.
No cenário externo, o cessar-fogo entre Israel e Hamas trouxe alívio geopolítico, mas também pressão sobre o petróleo. Segundo a Rystad Energy, a commodity deve oscilar entre US$ 60 e US$ 65 no curto prazo, enquanto a Oxford Economics avaliou que o impacto estrutural dependerá da estabilidade política regional.
Em paralelo, o Itamaraty confirmou conversas entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano Marco Rubio, preparando uma visita a Washington para retomar negociações comerciais após o recente telefonema entre Lula e Donald Trump. O encontro bilateral deve ocorrer ainda neste mês, durante a cúpula da ASEAN, na Malásia.
Entre os destaques corporativos, WEG (WEGE3) liderou as altas do dia, com avanço de 4,79%, impulsionada por expectativas de novos contratos ligados à Light (LIGT3) e à expansão do setor elétrico. Já Braskem (BRKM5) recuou 3,98%, em meio a incertezas financeiras e repercussões sobre COEs, e a Brava Energia (BRAV3) caiu 5,09% após suspender parte da produção onshore no Polo Potiguar.
No varejo, Assaí (ASAI3) teve queda de 3,24%, mesmo após o BB Investimentos elevar seu preço-alvo para R$ 14, destacando a melhora da estrutura de capital e o potencial de crescimento com a desaceleração da inflação de alimentos. A instituição manteve recomendação de compra e perspectiva positiva para 2025, com alavancagem projetada em 2,6x dívida líquida/EBITDA.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• Weg (WEGE3): +4,79%
• Auren (AURE3): +3,47%
• Porto Seguro (PSSA3): +1,73%
• Natura (NATU3): +1,69%
• Vamos (VAMO3): +1,35%
Baixas
• Brava Energia (BRAV3): -5,09%
• Raízen (RAIZ4): -4,35%
• Marfrig (MBRF3): -4,27%
• Braskem (BRKM5): -3,98%
• Assaí (ASAI3): -3,24%
Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (09/10):
• Segunda-Feira (06): -0,41%
• Terça-Feira (07): -1,57%
• Quarta-Feira (08): +0,56%
• Quinta-Feira (09): -0,31%
• Na semana: -1,73%
• Em outubro./2025: -3,10%
• No 4°tri./25: -3,10%
• Em 2025: +17,81%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:
• Dow Jones: -0,52%
• Nasdaq: -0,08%
• S&P 500: -0,28%
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