Ibovespa recua com pressão da Cosan (CSAN3) e sanções dos EUA, enquanto Embraer (EMBR3) dispara

Fonte: Shutterstock/Lemonsoup14

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (22) em queda de 0,52%, aos 145.109 pontos, pressionado pelas negociações entre BTG Pactual e Cosan, pela reação do mercado às novas sanções dos EUA a autoridades brasileiras e pela espera de sinais de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

No campo político e econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender que os juros no Brasil não estão relacionados apenas ao equilíbrio fiscal. Ele lembrou que, mesmo em períodos de menor endividamento, o país seguiu entre os que mais pagavam juros no mundo. Segundo Haddad, a expectativa é de uma queda consistente e sustentável da Selic a partir do próximo ano, em linha com inflação mais controlada e câmbio estável.

Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, justificando a decisão pelo cenário externo incerto. Haddad ressaltou que o fortalecimento do arcabouço fiscal depende de ajustes e de articulação política com Congresso e Judiciário.

No exterior, os Estados Unidos ampliaram sanções pela Lei Magnitsky, atingindo Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, e o advogado-geral da União, Jorge Messias. A medida foi criticada pelo STF e pelo Itamaraty, que falaram em “ingerência indevida” nos assuntos internos do Brasil. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) recuaram 0,51%, refletindo a maior aversão a risco.

No noticiário corporativo, a Cosan (CSAN3) foi o grande destaque negativo do dia, registrando sua maior queda intradiária em cinco anos, com recuo de 18,13%, após anunciar um aumento de capital de até R$ 10 bilhões. O movimento, ancorado por BTG, Perfin e pela família Ometto, visa reduzir endividamento, mas causou forte diluição dos acionistas. Analistas ponderam que, apesar do impacto imediato, a operação fortalece a governança e abre espaço para a sucessão na companhia. A queda contaminou também a Raízen (RAIZ4), que perdeu 7,75%.

Na ponta positiva, a Embraer (EMBR3) disparou 4,63% após fechar acordo com a Latam Airlines para fornecimento de até 74 aeronaves E195-E2, avaliado em US$ 2,1 bilhões. O contrato, o primeiro entre as empresas, reforça a competitividade da fabricante e amplia sua carteira de pedidos para o maior nível em oito anos.

A Petrobras (PETR4) avançou 1,00% com o pagamento de R$ 11,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. Já a Vale (VALE3) subiu 0,14%, apoiada por revisão positiva do Goldman Sachs, que projetou melhora no Ebitda e possível distribuição extraordinária de dividendos em 2026.

Outros destaques do dia ficaram com Brava Energia (BRAV3), em alta de 1,13% após o Santander elevar o preço-alvo para R$ 29,00 até 2026, e com as quedas de Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), que recuaram 4,61% e 5,38% em seu último pregão antes da fusão que dará origem à MBRF3.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Embraer (EMBR3): +4,63%

• Weg (WEGE3): +2,09%

• Rumo (RAIL3): +2,05%

• Brava Energia (BRAV3): +1,13%

• Petrobras (PETR3): +1,07%


Baixas

• Cosan (CSAN3): -18,13%

• Raízen (RAIZ4): -7,75%

• BRF (BRFS3): -5,38%

• Natura (NATU3): -4,98%

• Marfrig (MRFG3): -4,61%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,14%

• Nasdaq: +0,70%

• S&P 500: +0,44%


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