Na última quarta-feira (23), a Azul (AZUL4) comunicou que seu Conselho de Administração aprovou o aumento e homologação do capital social da companhia, por meio da emissão de 464.089.849 novas ações, ao preço de R$ 3,58 por ação. A operação totaliza um aporte de R$ 1,661 bilhão.
O anúncio, no entanto, não foi bem recebido pelo mercado. Desde então, os papéis da companhia acumularam queda expressiva de 53,18%. O movimento reflete não apenas a diluição acionária, mas também um cenário macroeconômico adverso, com menor apetite global por risco, intensificado pela atual guerra comercial, além dos desafios internos de reestruturação enfrentados pela empresa.
A deterioração do sentimento de mercado também se refletiu no mercado de aluguel de ações. A taxa média de aluguel disparou, atingindo 312,69% no pregão de 29/04 – o maior nível dos últimos 12 meses. Desde o anúncio do aumento de capital, a taxa média subiu 251,85 p.p., saltando de 60,84% para o patamar atual. No mesmo dia, a taxa máxima de aluguel chegou a impressionantes 499,99%, evidenciando a forte pressão vendedora sobre o papel.
Na manhã de terça-feira (30), a Azul divulgou um novo Comunicado ao Mercado anunciando a obtenção de um financiamento adicional de R$ 600 milhões. O objetivo, segundo a companhia, é reforçar a liquidez após a conversão de parte da dívida – com 35% dos títulos com vencimento em 2029 e 2030 sendo convertidos em ações preferenciais. A iniciativa visa dar continuidade à reestruturação financeira e à melhoria da posição de caixa do grupo.
Apesar das tentativas da companhia de sinalizar uma melhora na sua posição financeira, o mercado não se mostrou animado. Após uma breve alta de 6% pela manhã de terça-feira, os papéis da Azul (AZUL4) perderam força ao longo do dia e encerraram o pregão em queda de 15,52%, cotados a R$ 1,47.
De acordo com o consenso do Trademap, que compila as recomendações dos principais bancos e corretoras do mundo, a recomendação para os papéis da Azul (AZUL4) segue em “Manter”.