Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados hoje, 3, revelam que a produção industrial caiu 0,3% em julho, na comparação com junho. De acordo com órgão público, o número representa o terceiro mês negativo seguido e acumula -1,7% ao ano.
Em relação a julho de 2018, o resultado foi de 2,5% negativo e, em um ano, recuou 1,3%. Ambos os resultados foram piores dos estimados por analistas da Reuters Brasil: alta de 0,3% sobre o mês anterior e queda de 1,3% na base anual.
Para André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, apesar de ser o terceiro mês seguido negativo, o perfil de julho é diferente do observado em maio e junho deste ano. “antes, o perfil de recuo era disseminado. Já em julho, 15 das 26 atividades estão positivas, indicando uma concentração de resultados negativos”, afirma.

Segundo o instituto, os destaques negativos ficaram com produtos químicos (-2,6%), bebidas (-4%), alimentos (-1%) e equipamentos eletrônicos e de informática (-3,3%). Em contrapartida, a indústria extrativa cresceu 6 pontos percentuais, o que representa o terceiro resultado positivo nesta comparação.
No quadro por grandes categorias econômicas, somente bens intermediários apresentaram queda, tanto na comparação com julho do ano passado (-5,4%), quanto no acumulado no ano (-3%). Em ambos os casos, a categoria sofreu pressão da indústria extrativa.
“São duas visões diferentes da mesma atividade. Na margem, observamos uma recuperação parcial da extração de minério de ferro, devido à reabertura gradativa de sítios de mineração, após um período de suspensão para fiscalização. Porém, frente a 2018, a base de comparação é alta e percebe-se claramente que ainda há muita influência do rompimento da barragem de Brumadinho”, conclui Macedo.
Foto: Paulo Emílio