Por que o BTG está otimista com shoppings como Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11)

Após os fortes resultados do primeiro semestre, banco reitera otimismo com o setor

Foto: Shutterstock/Iuri S Design

Ainda que o cenário para as operadoras de shopping centers possa ser mais difícil no segundo semestre, na comparação com os meses anteriores, o BTG Pactual se mantém otimista com o setor que, após fortes resultados nos últimos trimestres, deve receber um empurrãozinho adicional da redução nas taxas de juros esperada para o ano que vem.

Assim, considerando os resultados do primeiro semestre e a maior clareza em relação ao cenário para o restante do ano, os analistas do BTG revisaram suas projeções para o setor, reiterando compra para as ações de Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTI11) – sua preferida no setor, devido ao preço mais atrativo.

“A combinação de portfólios premium, forte crescimento de lucros e valuations atrativos nos mantém otimistas com o setor, apesar de o potencial de alta das ações ser menor agora do que no começo do ano”, escreveram Gustavo Cambauva, Elvis Credendio e Bruno Tomazetto, analistas do BTG, em relatório distribuído nesta sexta-feira (21).

O preço-alvo do banco para as ações do Iguatemi é de R$ 29, o que representa alta de 35% em relação ao valor do papel no fechamento da última quinta-feira (20), de R$ 21,51. Para a Multiplan, o preço-alvo é de R$ 31 (potencial de alta de 25%).

De acordo com os analistas, os resultados do primeiro semestre foram uma “surpresa agradável” para os investidores, com os shoppings demonstrando resiliência em meio a um cenário macroeconômico desafiador – sobretudo aqueles voltados para o público de alta renda, como Iguatemi e Multiplan.

Com o fim das restrições à mobilidade impostas para combater a disseminação da Covid-19, relembra o BTG, as vendas das lojas de shopping tiveram forte recuperação. As vendas maiores, por sua vez, permitiram que as operadoras de shoppings começassem a reduzir descontos concedidos aos inquilinos durante a pandemia, o que impulsionou as receitas de aluguel.

Nessa frente, os analistas destacam que as companhias listadas conseguiram repassar nos aluguéis quase toda a inflação acumulada nos últimos três anos, “um feito notável para qualquer indústria, especialmente diante de um cenário de inflação tão alta quanto nos últimos anos”, afirmam.

Além disso, o banco aponta que as companhias conseguiram manter custos de ocupação, inadimplência e taxas de ocupação saudáveis, indicando que este aumento nos aluguéis é sustentável.

Essa performance, na avaliação do banco, reforçou que a indústria de shoppings é altamente resiliente, que o e-commerce não é uma grande ameaça aos shoppings brasileiros, que as companhias listadas estão muito bem posicionadas no setor e que ainda há espaço para crescimento, principalmente por meio de fusões e aquisições.

Apesar dos números positivos, o BTG aponta que os resultados poderiam ser ainda mais fortes se não fosse pelas altas nas taxas de juros, uma vez que as despesas financeiras são um grande componente de custo para as empresas do setor.

“As ações do setor tendem a ter performance inferior à média do mercado em um cenário de juros em alta, o que desta vez foi mais do que compensado pelo forte crescimento de Ebitda”, escrevem os analistas. Nesta frente, a expectativa de que as taxas de juros comecem a cair entre o segundo e o terceiro trimestre do ano que vem joga a favor das companhias, diz o banco.

No curto prazo, porém, o BTG enxerga um cenário mais desafiador para crescimento de receita no segundo semestre, devido a bases de comparação mais difíceis do que nos trimestres anteriores, o fim do efeito de demanda reprimida e a desaceleração econômica esperada.

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