Petróleo tipo Brent sobe mais de 3% nesta segunda; entenda o motivo

Teto para o petróleo russo, paralisação de gasoduto e expectativa pela reunião da Opep+ pressionam a cotação da commodity

Foto: Shutterstock

Notícias vindas do Velho Continente estressam o preço do barril de petróleo tipo Brent nesta segunda-feira (5), que já sobe 3,5% no mercado futuro da ICE, sendo cotado a US$ 96,30.

Primeiramente, na sexta (2), o G7, grupo dos países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Japão), anunciou que irá estabelecer um teto de preço para a importação do petróleo russo em resposta à guerra na Ucrânia.

“O limite de preço é especificamente projetado para reduzir as receitas russas e a capacidade da Rússia de financiar sua guerra de agressão, limitando o impacto da guerra nos preços globais da energia”, afirmou o grupo de países, sem revelar o valor desse teto.

Também na sexta, a Gazprom, estatal russa de fornecimento de gás, anunciou que o gasoduto Nord Stream permanecerá paralisado por conta de uma nova falha. Em comunicado oficial, a estatal informou que o gasoduto, principal fornecedor do produto para a Europa, apresentou alguns vazamentos de óleo durante uma manutenção recente.

Em comentário ao mercado, Chris Turner, analista do banco holandês ING, destacou que essa crise envolvendo o Nordstream pressiona os ativos europeus no início desta semana. De fato, nesta manhã, os principais índices acionários europeus recuavam em bloco. Euro Stoxx 50 recuava 1,20% enquanto o FTSE 100 perdia 0,64% e o DAX 30 caía 2,67%.

Somado a esses fatos, nesta segunda a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e países aliados) decidiu reduzir a produção em 100 mil barris por dia. O corte de produção vinha sendo sinalizado por membros do cartel, como a Arábia Saudita nas últimas semanas. O mercado achava que a Opep+ poderia manter ou reduzir a oferta de petróleo.

“A reunião da Opep+ está um pouco ofuscada por toda a conversa sobre limites de preços do petróleo e da paralisação do Nord Stream. Espera-se que o grupo deixe as metas de produção inalteradas, mas é provável que pelo menos seja discutido um corte na produção”, disse Craig Erlam, analista de mercado da Oanda, em comunicado publicado antes do anúncio da Opep+.

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