Rede D’Or (RDOR3) lidera altas da Bolsa, mas UBS-BB não está tão otimista; entenda

Atraso na recuperação do ticket médio deve pressionar resultados, diz o banco

Foto: Divulgação

As ações da operadora de hospitais Rede D’Or (RDOR3) lideram as altas do Ibovespa no pregão desta segunda-feira (25) – mas isso não significa que os analistas de mercado estejam otimistas com a performance da companhia no curto prazo.

Ainda que os papéis subam 4% por volta das 13h30 de hoje, negociados a R$ 31,46, somam desvalorização de mais de 30% desde o início do ano.

Além da aversão ao risco e da volatilidade de resultados característica do setor, o UBS-BB acredita que a desvalorização acumulada no ano se deve também a preocupações em torno de ticket médio e inflação – que não devem ser resolvidas tão cedo.

O ticket médio da Rede D’Or vem sendo pressionado desde o terceiro trimestre do ano passado, impactado por efeitos de mix relacionados à pandemia de Covid-19, por atividades de M&A e pela abertura de novos hospitais.

Nessa frente, o banco enxerga certa recuperação à frente, de 2,5% neste ano, seguindo uma melhoria no mix, com retorno de procedimentos eletivos e de maior complexidade, mas acredita que levará algum tempo para um retorno aos níveis históricos.

E estas incertezas em torno do ticket devem ser capazes até mesmo de compensar efeitos positivos, como uma recuperação nos volumes e nas margens, que devem se beneficiar da sazonalidade.

Outro ponto que deve jogar contra a operadora de hospital daqui para frente é a dificuldade de negociar com as seguradoras de saúde, que vêm sofrendo pressão de lucratividade.

“O poder de barganha da Rede D’Or é superior ao de seus pares, mas acreditamos que a concorrência e a natureza de alavancagem operacional dos hospitais devam inclinar o poder de negociação em favor das seguradoras e trazer mais incerteza aos resultados no curto prazo”, escreve o banco.

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Além disso, a expectativa dos UBS-BB é que os resultados dos próximos trimestres sejam impactados também por bases de comparação difíceis estabelecidas no momento pós-IPO.

Com isso, os analistas do banco mantiveram sua recomendação neutra para a ação, e cortaram o preço-alvo para R$ 37, de R$ 58 anteriormente. O novo preço corresponde a alta de 22% em relação ao valor do papel no fechamento da última sexta-feira (22), de R$ 30,25.

Do outro lado, um ponto que pode jogar a favor da Rede D’Or é a aquisição da SulAmérica, anunciada recentemente, que deve gerar entre R$ 11,9 bilhões e R$ 13,9 bilhões em sinergias, na visão do UBS-BB. “Como resultado da alta demanda, esperamos que o poder de barganha e de precificação da Rede D’Or cresça em regiões chave”, acrescentam os analistas.

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